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Economia

Produção de grãos em 2023 deve atingir recorde de 302 milhões de toneladas

Após quebra de safra em 2022, IBGE aponta produção recorde para soja e milho

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar o recorde de 302 milhões de toneladas, segundo estimativa do Levantamento Sistemático de Produção Agrícola de janeiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A previsão é 14,7% maior que a safra obtida em 2022 de 263,2 milhões de toneladas e 1,9% acima das 5,7 milhões de toneladas da estimativa de dezembro para a safra de 2023. A expectativa é de recorde nas produções de soja e milho. A soja, principal commodity do país, deve crescer 23,4% em relação a 2022, atingindo mais de 147,5 milhões de toneladas. Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE, avalia os fatores que influenciam a alta.

“Esse crescimento se deve, principalmente, ao aumento de 18% na produtividade e de 4,6% na área a ser colhida, mas o percentual maior que está realmente influenciando esse aumento da soja é a recuperação da produtividade da lavoura, que em 2022 foi muito afetada pela seca na região sul. Esse ano, ainda temos problemas climáticos no Sul, a estiagem, mas está mais restrito ao estado do Rio Grande do Sul”, explica.

Para a safra total de milho a estimativa é de 122,5 milhões de toneladas, alta de 11,2% em relação a 2022. “Do mesmo jeito que a seca afetou a soja, também afetou o milho primeira safra. Então a melhoria nas condições climáticas estão ajudando na recuperação da produção total de milho”, destaca Carlos Alfredo Guedes.

Outro destaque é o café. A produção aumentou 5,7% em relação a 2022. Considerando as duas espécies – arábica e canephora – a produção somou mais de 55 milhões de sacas de 60 quilos. Com isso, a estimativa para o café arábica é de um crescimento de 13,7%, apesar de 2023 ser um ano de bienalidade negativa.

“Em 2022, tivemos uma bienalidade positiva, mas as lavouras sofreram devido aos problemas climáticos. Por isso, tivemos um crescimento de 5,9%, bem abaixo do esperado. Porém, de 2022 pra cá, as condições climáticas favoreceram o desenvolvimento das lavouras, principalmente a produção de café em Minas Gerais, praticamente 70% da nossa produção se concentra neste estado, por isso a gente está tendo essa inversão da bienalidade”, explica o gerente.

Por outro lado, os dados do levantamento destacam que é esperada uma queda anual de 3,6% na produção de arroz, para 10,3 milhões de toneladas. O produtor de arroz Marco Antônio Tavares explica que o resultado é reflexo principalmente da redução significativa de área e menor atratividade financeira do setor orizícola (cultura de arroz) em relação às culturas como soja e milho. “A falta de estímulo devido aos preços baixos praticamente não deram rentabilidade ao produtor. Os dados mostram que realmente teremos uma safra menor, com baixa oferta do cereal no mercado e queda nos estoques. A gente tem ainda uma expectativa de uma quebra maior na produção de arroz, em especial no Rio Grande do Sul, devido à falta de chuvas”, afirma Tavares.

O Instituto avalia que apesar da queda nas safras de arroz e feijão, a produção deve ser suficiente para abastecer o consumo interno. Ao todo, arroz, milho e soja, os três principais produtos da safra, representam 92,9% da estimativa de produção de grãos no ano e respondem por 87,5% da área a ser colhida

Mato Grosso lidera produção de grãos

O levantamento destaca ainda alta nas estimativas de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou alta nas cinco regiões em comparação com 2022, destaque para o Sul (38,6%), Centro-Oeste (8,65%) e Norte (11,1%). O Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 29,3%, seguido pelo Paraná com 14,9% e Rio Grande do Sul com 13%. Completam a lista: Goiás (9,2%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (5,8%). Somados, os seis estados representam 80,3% do total da produção do país.

Fonte: Brasil61

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Economia

IBS chega aos poucos, mas exige atenção desde já

O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) será um tributo de gestão compartilhada entre União, estados e municípios

IBS chega aos poucos, mas exige atenção desde já

Com a chegada do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) prevista para o próximo ano, os municípios precisam começar a se organizar para não perder participação na arrecadação dos novos tributos. A orientação é do Conselho Técnico das Administrações Tributárias (CTAT), que divulgou a Nota Técnica nº 4/2025 com recomendações práticas às prefeituras.

O documento foi elaborado com o apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e traz diretrizes para que as gestões municipais melhorem a forma como acompanham e fiscalizam os tributos locais, garantindo uma participação mais justa na divisão do IBS, especialmente durante o período de transição.

Criado pela Reforma Tributária (EC 132/23), o IBS será um imposto de gestão compartilhada entre União, estados e municípios. Ele começa a ser testado em 2026, com uma alíquota simbólica de 0,1%, e só em 2033 deve substituir por completo os atuais ICMS (estadual) e ISS (municipal).

Durante o período de transição, entre 2029 e 2077, a arrecadação será dividida parcialmente entre o local onde o serviço ou produto foi consumido e o “coeficiente de participação” de cada governo local — um cálculo que levará em conta a eficiência e estrutura da administração tributária de cada ente federativo.

Distribuição e fiscalização: o que os municípios precisam saber

Segundo a Nota Técnica, a distribuição da arrecadação do novo imposto será organizada por um Comitê Gestor do IBS (CG-IBS). Caberá a esse grupo definir como os valores serão repassados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, incluindo prazos, fórmulas de cálculo e os chamados coeficientes de participação.

A CNM alerta que é essencial que os municípios mantenham cadastros atualizados, ampliem a fiscalização de tributos locais e acompanhem de perto seus contribuintes. Também é recomendado o uso eficiente da Nota Fiscal de Serviço Eletrônica e que as prefeituras organizem bem seus processos de cobrança administrativa e judicial de dívidas tributárias.

Participação plena, só em 2078

De acordo com o documento técnico, apenas a partir de 2078 a arrecadação do IBS será totalmente destinada ao município ou estado onde o bem ou serviço foi efetivamente consumido.

Por isso, o CTAT reforça que, quanto mais cedo os municípios se prepararem, melhor será sua fatia na arrecadação futura. A nota traz orientações claras para que os gestores possam tomar medidas práticas agora, garantindo ganhos a longo prazo.

A Nota Técnica 4/2025 está disponível no portal da CNM com todos os detalhes e explicações.
 

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Economia

Café tem queda e é cotado a R$ 2.616,02

Saca de 60 kg tem baixa de 1,84%

Nesta quinta-feira (1), a saca de 60 quilos do café arábica custa R$ 2.616,02 em São Paulo, registrando queda de 1,84%. O café robusta segue a mesma tendência e cai 0,71%, cotado a R$ 1.702,68. 

O açúcar cristal, em alta de 0,76%, custa R$ 143,92 na capital paulista. No litoral, em queda de 0,90%, vale R$ 130,79.

Já a saca de 60 kg do milho fechou em baixa de 0,30% e é negociada a R$ 80,13 para a região de referência de Campinas (SP).

Os valores são do Cepea.

 

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Economia

Boi gordo, em queda, a R$ 318,85

O quilo do frango congelado é negociado a R$ 8,58

Boi gordo, em queda, a R$ 318,85

Nesta quinta-feira (1), o boi gordo está cotado a R$ 318,85 em São Paulo, em queda de 0,33%.

Os quilos dos frangos congelado e resfriado tiveram queda. O congelado vale R$ 8,58 e o resfriado R$ 8,68.

A carcaça suína especial, estável, custa R$ 12,87. O quilo do suíno vivo se manteve estável em Minas Gerais, onde custa R$ 8,54. No Paraná e em Santa Catarina, também em estabilidade, vale R$ 8,24 e R$ 8,13 respectivamente. 

Os valores são do Cepea. 

 

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