O mercado financeiro voltou a reduzir as projeções para a inflação do próximo ano. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (25), a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,95% para 4,86% em 2025. Apesar da queda, a taxa ainda supera o teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.
Essa é a 13ª semana consecutiva de revisão para baixo nas projeções, que também apontam recuo para os anos seguintes: 4,33% em 2026, 3,97% em 2027 e 3,8% em 2028.
Para o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, a trajetória de queda reflete uma correção das expectativas exageradas feitas no início do ano.
“Essa projeção de inflação menor por parte do mercado financeiro decorre justamente das projeções que o mercado fez no começo do ano. Nós tínhamos projeções de inflação muito mais altas, tínhamos instituição projetando que o IPCA encerraria o ano de 2025 acima de 7,1% e parte da explicação para essas projeções tão ruins no começo derivam de duas coisas: a primeira delas, o descontrole cambial visto em dezembro do ano passado; e a segunda, na crença de que as contas públicas sairiam de controle — nenhuma das coisas acabou se mostrando verdadeira.”
Fatores conjunturais
A queda recente dos preços dos alimentos e a estabilidade relativa do barril de petróleo ajudaram a aliviar as expectativas. Segundo Galhardo, isso abre a possibilidade de cortes no preço da gasolina até o fim do ano.
“De modo geral, além desse ajuste, o mercado tem projetado uma inflação mais baixa. Projetou muito alto lá no começo, mas também tem um comportamento relativamente benigno dos preços dos alimentos, relativamente benigno do barril do petróleo — o que inclusive pode abrir espaço para que a Petrobras corte o preço da gasolina nessa reta final de 2025.”
Em julho, o IPCA oficial medido pelo IBGE ficou em 0,26%, acumulando alta de 5,23% em 12 meses, ainda acima do teto da meta. O resultado foi pressionado pelo aumento na conta de energia e pela variação cambial, mas compensado pela queda nos alimentos.
Papel dos juros
A taxa Selic segue em 15% ao ano, após sete altas consecutivas interrompidas em julho pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O mercado projeta manutenção do patamar até o fim de 2025, com recuos graduais nos anos seguintes.
Para Galhardo, embora a política monetária tenha influência na desaceleração da economia e na formação das expectativas, ela não é o único fator que explica a redução das projeções.
“Claro que tem o papel da taxa básica de juros, que já tem contribuído para desaceleração da atividade econômica, e isso também contribui para a ancoragem das expectativas, para a redução das projeções de inflação, sobretudo de curto e médio prazo. Agora, seria incorreto atribuir essa ancoragem das expectativas ao papel da política monetária. O que tem puxado a inflação para baixo nesse momento é, sobretudo, um arrefecimento dos preços dos alimentos e, em alguma medida, dos transportes também.”
Crescimento econômico
Além da inflação, o Boletim Focus também revisou ligeiramente para baixo a projeção de crescimento do PIB deste ano, que passou de 2,21% para 2,18%. Para 2026, a expectativa é de expansão de 1,86%.
Juros altos dificultam crescimento da indústria e reduzem renda das famílias
Quase 40% dos empresários da construção e 27% da indústria da transformação apontam o crédito caro como principal entrave ao crescimento
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A taxa básica de juros em 15% ao ano tem imposto um peso significativo sobre o desempenho da indústria brasileira. Representantes do setor alertam que o custo elevado do crédito tem dificultado o funcionamento das empresas, comprometendo a geração de empregos e agravando a perda de renda das famílias.
Mas como, na prática, os juros altos afetam a indústria? O presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira Jr., explica que, como muitas empresas dependem de financiamento para capital de giro e investimentos, a elevação das taxas encarece o crédito e torna inviável a modernização e a ampliação da produção.
Segundo ele, o resultado é a retração dos investimentos, com projetos de expansão sendo adiados ou cancelados. Para Oliveira, esse cenário prejudica políticas de inovação e reduz a competitividade do setor, impactando principalmente as pequenas indústrias.
“Com relação também à pressão sobre pequenas indústrias, elas, sem dúvida alguma, se mostram com mais dificuldades em obter novos financiamentos, novos créditos. Isso eleva o efeito em cadeia. Os juros altos aumentam custos operacionais, reduzem a margem de lucro e limitam a geração de emprego”, destaca.
Como consequência desse cenário, Carlos Eduardo Oliveira Jr. destaca a redução do número de empregos e da renda, a retração da indústria e os impactos negativos nas cadeias produtivas, assim como nos setores de Comércio e Serviços. “Haverá perda de competitividade, produtos nacionais ficam mais caros, aumentando a participação de importados e fragilizando a balança comercial”, complementa.
Dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelam que, no 3° trimestre de 2025, 27% dos empresários que atuam na Indústria da Transformação consideraram os juros elevados como um dos maiores entraves para o segmento.
Na Indústria da Construção, o impacto é ainda mais perceptível: 35,9% dos empresários consideram os juros elevados um dos principais obstáculos ao desenvolvimento do setor.
Outras barreiras citadas por representantes das indústrias da transformação e da construção:
Indústria da transformação
Elevada carga tributária (40,6%);
Taxa de juros elevada (27%);
Demanda interna insuficiente (26,4%);
Falta ou alto custo de trabalhador qualificado (26,1%);
Falta ou alto custo de mão de obra não qualificada (22,2%);
Falta ou alto custo de trabalhador qualificado (21,4%).
A especialista em Políticas e Indústria da CNI, Larissa Nocko, pontua que, devido ao atual patamar dos juros no país, as empresas ligadas à indústria são afetadas de maneiras distintas, atingindo o setor em vários aspectos.
“Por exemplo, quando os industriais se queixam da sua situação financeira, da dificuldade de acesso ao crédito, são formas diferentes pelas quais as taxas de juros afetam o seu negócio. Então, o afetam tanto encarecendo e reduzindo a quantidade de crédito disponível no mercado, como também pelo outro canal, que é pelo mercado consumidor mais enfraquecido, pela demanda interna insuficiente, que também é um problema que vem sendo sinalizado pelos industriais”, afirma.
Baixo desempenho reflete na queda da confiança de empresários da Indústria
Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das empresas de pequeno porte atingiu 46,7 pontos. Com o resultado, o indicador ficou abaixo dos 50 pontos pelo 11° mês consecutivo, indicando tendência de falta de confiança desses empresários.
Para se ter uma ideia do cenário regressivo, em outubro de 2024, o ICEI da pequena indústria chegou a 51,9 pontos – nível que representa confiança no setor.
O índice de perspectivas das indústrias de pequeno porte, por sua vez – que mede as expectativas dos empresários para o nível de atividade, emprego e investimento – fechou outubro de 2025 em 46,8 pontos. No mesmo mês do ano passado, o indicador havia registrado 49,8 pontos.
Ibovespa fecha em alta e renova recorde acima dos 150 mil pontos
Alta reflete otimismo dos investidores com cenário externo e expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos
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O Ibovespa encerrou o último pregão em alta de 0,61%, aos 150.454 pontos, marcando o sexto recorde consecutivo do principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo.
O desempenho positivo foi impulsionado por um ambiente internacional mais favorável, com expectativas de redução dos juros nos Estados Unidos e valorização das bolsas globais. No cenário interno, ações de bancos, empresas de commodities e grandes companhias ajudaram a sustentar a alta.
O resultado reforça o otimismo dos investidores e o bom momento do mercado acionário brasileiro, que mantém o ritmo de ganhos e consolida o Ibovespa em novo patamar histórico.
Maiores altas e quedas do Ibovespa
Confira as ações com melhor e pior desempenho no último fechamento:
Ações em alta no Ibovespa
Panatlantica S.A. (PATI3): +9,09%
Unipar Carbocloro SA Pfd Class A (UNIP5): +7,46%
Ações em queda no Ibovespa
Bioma Educacao SA (BIED3): −5,49%
Light S.A. (LIGT3): −5,32%
O volume total negociado na B3 foi de R$ 25.032.992.115, em meio a 3.015.753 negócios.
Os dados da bolsa podem ser consultados no site da B3.
O que é o Ibovespa e como ele funciona?
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do mercado acionário brasileiro. Calculado pela B3, ele reflete a média do desempenho das ações mais negociadas na bolsa, com base em critérios de volume e liquidez. O índice é composto por uma carteira teórica de ativos, que representa cerca de 80% do volume financeiro total negociado no mercado.
O que é a B3, a bolsa de valores do Brasil?
A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. É responsável pela negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio e outros ativos financeiros. A B3 está entre as maiores bolsas do mundo em infraestrutura e valor de mercado.
Moeda americana subiu 0,77% com movimento global de cautela e incertezas sobre os juros nos Estados Unidos
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O dólar encerrou o último pregão em alta de 0,77%, cotado a R$ 5,39. A valorização foi influenciada por um movimento global de aversão ao risco, após sinais de desconfiança em relação ao desempenho recente das ações nos Estados Unidos.
A busca por títulos do Tesouro americano, considerados investimentos mais seguros, aumentou e pressionou as moedas de países emergentes, incluindo o real.
O cenário reflete as dúvidas sobre a possibilidade de um corte de juros pelo Federal Reserve ainda neste ano, o que mantém os investidores cautelosos e favorece o fortalecimento da moeda americana frente ao real.
Cotação do euro
Já o euro encerrou o último pregão cotado a R$ 6,19.
Cotações
A tabela abaixo mostra as cotações cruzadas entre as principais moedas internacionais e o real. Cada célula indica quanto vale 1 unidade da moeda da linha em relação à moeda da coluna.
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