Sustentabilidade e saber ancestral marcam exposição na Amazônia durante a COP30
A mostra “Habitar a Floresta”, realizada pelo Centro Cultural Banco da Amazônia, apresenta soluções arquitetônicas inspiradas nas tradições e na convivência harmônica com o meio ambiente
O Centro Cultural Banco da Amazônia inaugura, nesta quinta-feita (30), a 2ª Galeria com a exposição “Habitar a Floresta”, em Belém (PA). A mostra propõe uma reflexão sobre formas sustentáveis de habitação em áreas de floresta e o futuro da Amazônia, com 13 construções.
As instalações mostram como unir técnicas de arquitetura com a sabedoria ancestral, criando soluções colaborativas. Programada para durar 60 dias, a expectativa é receber 80 mil visitantes.
A exposição integra a programação oficial da COP30 e tem entrada gratuita.
Com curadoria dos arquitetos Marcelo Rosenbaum e Fernando Serapião, a exposição vai mostrar projetos que unem temáticas como “Habitar a mata” – com exemplos sustentáveis e “A cidade amazônica como aliada”.
A mostra tem como eixo central a sustentabilidade e a valorização dos saberes ancestrais, como salienta Marcelo Rosenbaum:
“São obras de resistência no Brasil, Colômbia, Equador e Peru, que nos provam que na Amazônia as fronteiras são irrelevantes. O que importa é que os povos da floresta possam permanecer em seus territórios, mantendo vivos seus lugares. Essa discussão é vital. Por isso, Habitar a Floresta integra a Agenda Oficial da COP30”, aponta Rosenbaum.
O público poderá acessar projetos e soluções arquitetônicas voltadas à convivência harmônica com o meio ambiente. A ideia é valorizar os saberes tradicionais e estimular o diálogo entre comunidades locais e instituições sobre o futuro da Amazônia.
Além da exposição, o projeto prevê atividades como visitas guiadas, palestras, exibição de dois filmes e o lançamento de um catálogo até o final da programação.
A exposição “Habitar a Floresta” vai inaugurar a segunda galeria do Centro Cultural Banco da Amazônia e ocupará um espaço de 262,48 metros quadrados. A iniciativa conta com o patrocínio do Banco da Amazônia para sua realização.
Sustentabilidade em pauta
A exposição será inteiramente pautada por práticas sustentáveis, desde a escolha dos materiais até a concepção do espaço. Os painéis, por exemplo, serão confeccionados em Ecoboard — um tipo de papelão 100% reciclado —, enquanto as estruturas do ambiente serão modulares, desmontáveis e produzidas em madeira de eucalipto de reflorestamento.
Os materiais impressos também seguirão esse princípio, sendo elaborados com papel reciclado ou certificado.
Os bancos que compõem o espaço expositivo foram criados pela organização Carpinteiros da Amazônia, que se dedica à valorização e à preservação dos saberes da carpintaria tradicional da região, unindo técnica artesanal e consciência ambiental.
Além do compromisso com a sustentabilidade, a mostra busca estimular novos olhares sobre a arquitetura sustentável, propondo um diálogo entre o desenvolvimento urbano, a floresta e as comunidades amazônicas.
Com isso, a iniciativa pretende contribuir para a preservação ambiental e para a permanência digna das populações locais na Amazônia, reforçando a importância de uma arquitetura integrada ao território e à cultura regional.
Fortalecimento regional
A expectativa é de que a exposição promova a contratação de cerca de 50 profissionais para execução de diversas atividades. Os colaboradores poderão trabalhar com montagem, produção, mediação, audiovisual, comunicação e serviços diversos.
Também serão promovidas oito visitas guiadas com a equipe educativa do projeto.
A iniciativa contará, ainda, com recursos de acessibilidade – como audiodescrição e placas de legendas em braille.
Minc e Sudene lançam edital Inova Cultura para fortalecer a economia criativa no Nordeste
Iniciativa busca apoiar modelos de negócios inovadores apresentados por startups e empreendedores culturais dos nove estados nordestinos
O Ministério da Cultura e a Sudene acabam de lançar o Edital Inova Cultura. O programa vai investir 2 milhões de reais em projetos de inovação e economia criativa nos estados do Nordeste. Também serão beneficiados o norte de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo. A ideia é impulsionar negócios culturais e criativos, estimular startups, e fortalecer o desenvolvimento sustentável da região.
Serão selecionadas 10 empresas ou startups com projetos inovadores nos campos da cultura, tecnologia e sustentabilidade. Cada uma poderá receber até 200 mil reais para colocar as ideias em prática.
Segundo a secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Cláudia Leitão, o objetivo da parceria é fruto de um acordo de cooperação técnica entre as instituições. “Esse acordo contempla o lançamento de um edital que vai se voltar diretamente aos segmentos culturais e criativos, a uma série de eventos que vamos realizar juntos, a disseminação de informações, de boas práticas para consolidação de políticas públicas, para a economia criativa e para a inovação.”
O Inova Cultura é um passo importante para conectar cultura, tecnologia e economia criativa, valorizando os saberes locais e o talento de quem produz no Nordeste. “A importância é muito grande, porque nós não temos instituições de fomento que reconheçam a economia criativa como um campo de desenvolvimento sustentável, como uma outra, um outro modelo de desenvolvimento para o Brasil. Nós temos tudo no Nordeste para transformarmos o Nordeste no Nordeste criativo”, reitera a secretária.
O edital Inova Cultura faz parte de um acordo entre o Ministério da Cultura e a Sudene, com duração até 2028. A expectativa do MinC é ajudar a transformar ideias criativas em oportunidades reais de trabalho, renda e inovação.
Cinema: Curta Vozes do Cocal dá voz à tradição ribeirinha e resgata a memória da Ilha do Marajó
Curta-metragem patrocinado pelo Banco da Amazônia preserva a oralidade da comunidade e promove reflexão sobre cultura, sustentabilidade e mudanças climáticas
Índice
A Vila do Cocal, localizada em São Sebastião da Boa Vista, na Ilha do Marajó (PA), virou tema de um curta-metragem que tem como propósito preservar a tradição oral da comunidade. Intitulada Vozes do Cocal, a produção busca fortalecer a memória e a identidade local, promover a educação ambiental e ampliar a consciência sobre as mudanças climáticas, destacando e valorizando os saberes ribeirinhos.
O documentário será lançado no dia 14 de novembro, às 19h, no salão comunitário de Marajó (PA). A exibição é gratuita para o público de São Sebastião da Boa Vista e comunidades ribeirinhas próximas. Segundo o diretor, essa será a primeira exibição de um curta-metragem na Vila.
Vozes do Cocal é um documentário poético – um subgênero do documentário que se afasta do factual e foca em uma linguagem sensorial e estética. A produção conta com o patrocínio do Banco da Amazônia e envolve moradores de todas as idades na realização, desde crianças, a pescadores e artesãos, como explica o diretor do projeto e artista ribeirinho, Josué Castilho:
“O curta-metragem Vozes do Cocal mistura realidade e poesia, explorando essa dimensão mais emocional e visual da experiência ribeirinha. A narrativa se constrói através dos depoimentos dos próprios moradores, imagens da natureza, imagens do vilarejo e composições visuais que traduzem o cotidiano e o espírito da comunidade.”
Para ele, a participação dos moradores em todas essas etapas do projeto, desde a entrevista às gravações das cenas, “promove autoestima, inclusão social e, principalmente, fortalecimento coletivo”.
Entre os objetivos da obra está fortalecer os laços sociais, promover educação ambiental e levar a realidade amazônica a festivais de cinema no Brasil e no exterior.
Sustentabilidade e consciência ambiental
A produção busca resgatar a história centenária da comunidade da vila, com abordagem de temáticas centrais que vão desde as tradições, ancestralidade e oralidade, até as que envolvem o meio ambiente.
A educação ambiental e consciência ecológica são pontos cruciais no filme. A obra estimula reflexões sobre o impacto das mudanças climáticas na região e a importância das práticas sustentáveis, com incentivo ao cuidado com os rios e com a floresta. Além disso, o manejo correto de resíduos e o respeito aos ciclos da natureza também compõem a narrativa cinematográfica.
“O filme aborda como os ribeirinhos se relacionam com o ambiente de forma afetiva e principalmente espiritual e sustentável. As mudanças climáticas e a sustentabilidade também são temáticas mais centrais. Eu busquei trazer dentro da obra e discutir os impactos das transformações ambientais na Vila do Cocal, na comunidade. A questão do lixo que chega na comunidade, que vem pelo rio. E isso gera escassez de peixe”, salienta Josué.
Conforme Josué, o filme também tem o papel de estimular a comunidade e os espectadores a refletirem sobre a importância de práticas sustentáveis de preservação dos recursos naturais.
Como a produção alia valorização da cultura local e práticas sustentáveis, Josué avalia que a parceria com o Banco da Amazônia também reforça o compromisso da instituição com a preservação da Região Amazônica.
“Acho que mais do que um investimento cultural, o patrocínio representa uma aliança simbólica com os valores da preservação ambiental, valorização da cultura amazônica e desenvolvimento sustentável – princípios que estão diretamente alinhados com a missão da instituição Banco da Amazônia. E o filme, ao dar voz à comunidade ribeirinha da Ilha do Marajó, Vila do Cocal, minha comunidade, reflete o compromisso do Banco com o fortalecimento das identidades regionais e, principalmente, com a promoção de iniciativas que unem cultura, ecologia e cidadania”, afirma.
Josué menciona que o apoio do Banco da Amazônia esteve presente desde a etapa de pesquisa, passando pela produção, pós-produção até à exibição pública que será em novembro. O patrocínio foi aprovado por meio do edital de seleção pública de patrocínios do Banco da Amazônia 2025.
“Esse apoio me permitiu garantir essa infraestrutura técnica, transporte, equipamento, alimentação, cachê, para todos os participantes do filme, foi muito importante”, destaca o diretor.
Curta-metragem
O Vozes do Cocal está em processo de finalização, já com todas as cenas gravadas. A previsão é de que o curta tenha cerca de 18 minutos e que mostre “que a verdadeira essência da floresta está nas pessoas que habitam a Amazônia”, conforme afirma Josué.
O diretor ressalta que os saberes dos povos ribeirinhos sustentam o ecossistema de pé. Partindo desse princípio, o filme busca abordar o equilíbrio ecológico unindo o espiritual e o cultural.
“A oralidade é um patrimônio muito importante que resiste ao esquecimento e, ao registrar essas histórias aqui no Cocal, penso que o curta defende essa palavra falada como forma de resistência e transmissão de conhecimento. A fala dos moradores é um rio que carrega memórias e valores”, observa Josué.
Entre as principais mensagens da produção está a articulação entre justiça social e justiça ambiental, com convite ao público para refletir que a destruição da floresta também passa pelo apagamento das culturas e das comunidades que ali vivem.
“As vozes do Cocal são muito importantes e no filme mostrar como a arte, o saber tradicional e a coletividade são formas de resistência diante da invisibilidade social e das pressões econômicas que ameaçam de formar a Amazônia. Esperança e futuro são uma das temáticas também centrais que eu quis abordar no filme”, acrescenta Josué.
Vila do Cocal
A Vila do Cocal está situada no município paraense de São Sebastião da Boa Vista, na Ilha do Marajó, e uma pequena comunidade ribeirinha amazônica centenária.
Josué explica que a Vila foi um importante ponto econômico da região, com destaque na extração e exportação de produtos naturais, como óleo de andiroba, patauá, borrachas e fibras vegetais, além de cerâmica.
“Esses produtos eram todos exportados para Europa. Esse passado de prosperidade deixou marcas profundas na memória coletiva dos moradores. Hoje, Cocal preserva uma forte identidade cabocla, marajoara, sustentada pela oralidade, pelos rituais de convivência com o rio, com a mata e pela sabedoria ancestral transmitida entre gerações.”
Hoje, o cotidiano da comunidade é marcado pela pesca artesanal, agricultura de subsistência e artesanato.
Ministério da Cultura recebe inscrições para o Programa Rouanet Festivais até 28 de novembro
O programa busca expandir a circulação de conteúdos audiovisuais pelo Brasil e valorizar a produção nacional
Um edital lançado pelo Ministério da Cultura vai oferecer incentivo a festivais e mostras de cinema. É o Programa Rouanet Festivais Audiovisuais, com investimento de 17 milhões de reais. Realizadores desses eventos podem ser inscrever até o próximo dia 28 de novembro, na plataforma Salic – Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura, do MinC, no endereço salic.cultura.gov.br
O novo programa especial da Lei Rouanet visa fortalecer o circuito de festivais audiovisuais e ampliar o acesso do público às ações de difusão das produções brasileiras.
A iniciativa pretende ampliar as oportunidades especialmente em regiões que historicamente receberam menos investimentos culturais. “Vamos apoiar cerca de 30 mostras e festivais em todo o país, promovendo diversidade, inclusão e o encontro entre o público e as produções que refletem a riqueza cultural do Brasil”, explica a secretária do Audiovisual do MinC, Joelma Gonzaga.
O edital vai contemplar projetos culturais em três modalidades. Receberão recursos os festivais audiovisuais que já tenham acontecido a partir de três e mais de 10 edições.
Serão incentivados 15 projetos no valor de até 500 mil reais na primeira categoria. Na segunda, serão 10 projetos no valor de até 600 mil reais cada um. E na terceira categoria, 5 projetos incentivados com valor de até 700 mil reais.
Os projetos selecionados obedecerão a uma cota territorial de 3 milhões de reais para cada uma das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Uma soma 9 milhões de reais no total.
O programa prevê a destinação de 50% dos recursos a projetos que tenham equipes compostas majoritariamente por mulheres; pessoas negras; pessoas indígenas; e comunidades tradicionais, inclusive de terreiros e quilombolas.
As populações nômades e povos ciganos; pessoas LGBTQIAPN+; e pessoas com deficiência também serão contempladas.
As inscrições para o Programa Rouanet Festivais Audiovisuais devem ser feitas exclusivamente pela plataforma Salic, do Ministério da Cultura, na página salic.cultura.gov.br. O edital está disponível no site do MinC no endereço: cultura.gov.br.
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