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Cooperativismo da Bahia registrou um faturamento de R$ 7,5 bi em 2022

Número de cooperados baianos chegou a 270,6 mil. Dados são do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia (Oceb)

O cooperativismo no estado da Bahia registrou R$ 7,5 bilhões em ingressos no ano passado. O resultado significa um aumento de 22% no faturamento das cooperativas baianas em relação a 2021, e mantém a média de crescimento que foi de 20% nos últimos seis anos. Os dados são do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia (Oceb).

De acordo com o levantamento, o ativo social das cooperativas do estado – que é a soma de todos os bens e direitos que podem gerar recursos monetários — foi de R$ 6,5 bilhões; 22% a mais que em 2021. Já o capital social chegou a R$ 702,4 milhões em 2022, um acréscimo de 24% em relação ao ano anterior. E as sobras — como é chamado o lucro no cooperativismo — alcançaram R$ 178,5 milhões, um aumento de 79% se comparado a 2021.

As cooperativas são organizações compostas por pessoas que se associam de forma voluntária para suprir necessidades e objetivos econômicos, sociais e culturais em comum. É um modelo de negócio baseado na cooperação, solidariedade, democracia, sustentabilidade e equidade.

O presidente do Sistema Oceb, Cergio Tecchio, afirma que as cooperativas têm expandido sua atuação em diferentes regiões do estado. Na Bahia, esse movimento tem sido mais observado no sul, sudoeste e oeste e nas regiões do Vale do São Francisco e Metropolitana de Salvador.

“No estado da Bahia, temos observado muita expansão das cooperativas. Tanto das cooperativas que são originárias da Bahia, como de cooperativas que são oriundas de outros estados e estão se instalando para aproveitar o trabalho aqui no estado da Bahia e a expansão dos mercados locais.”

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Cooperativismo pretende movimentar R$ 1 tri em 5 anos

Cooperativas e cooperados

Segundo o mais recente Anuário do Cooperativismo, a Bahia registrou 154 cooperativas em 2022. O número mostra uma redução frente ao ano anterior: 185 em 2021. Cergio Tecchio explica que essa diminuição do número de cooperativas no estadoé algo natural.

“A cooperativa, para participar do anuário, tem que estar registrada e em dia com Sistema Oceb. E muitas delas, muitas vezes, atrasam por diversos fatores a sua contribuição e documentação. Aí ela não entra no anuário e passa a ser uma cooperativa não regular. Além disso, muitas cooperativas entram em fusão, incorporações. Existem cooperativas que param de existir por diversos fatores. Porém isso não compromete o crescimento do cooperativismo no Estado.”

“O crescimento do cooperativismo é dado por outros aspectos. Ele é dado sobre o número de cooperados, número de funcionários, faturamento, ativos totais, rendimentos. Então nós temos várias formas de medir o tamanho do cooperativismo”, explica.

De acordo com o Anuário do Cooperativismo, o número de cooperados na Bahia chegou a 270.605, em 2022.

O presidente do Sistema Oceb afirma que o perfil dos cooperados baianos é de empreendedores.

“O cooperado das cooperativas baianas é muito empreendedor. Seja em qualquer ramo em que ele participa, ele é um associado empreendedor. Nós temos muitas pessoas que buscam as cooperativas para empreenderem coletivamente. E, principalmente, nós temos como cooperados pessoas que buscam algo além dos trabalhos individuais, para que possam — por meio da participação com outras pessoas em um empreendimento coletivo — fazer parte e se integrar mais à sociedade.”

A Coopaita é uma cooperativa de pequenos produtores da agricultura familiar do município de Itaberaba, próximo à Chapada Diamantina. O negócio, constituído em 2001, tem o objetivo de garantir a melhoria da qualidade dos produtos, com acompanhamento técnico e comercialização direta até o mercado. Segundo o presidente da Coopaita, Aderval Queiroz, a cooperativa surgiu a partir da demanda pela produção de abacaxi na região.

“A nossa principal produção é o abacaxi, sendo que a gente também já tem hoje uma indústria rodando desde 2011, onde a gente desidrata as frutas — abacaxi e outras como banana, manga, jaca — e também fabricamos barra de cereais. Todos esses produtos são 100% naturais. E agora também está entrando a nova linha de um produto liofilizado, é um produto já nobre.”

O presidente do Sistema Oceb explica que a agropecuária é o ramo com maior dimensão econômica na Bahia, especialmente no oeste, sul, sudoeste, na região de Vitória da Conquista e no norte, na região de Juazeiro. Mas segundo ele, outros ramos do cooperativismo estão se expandindo.

“O ramo Saúde está se expandindo cada vez mais por meio das cooperativas que têm plano de saúde, que são as Unimeds. Mas também se expandiram muito pelas cooperativas das especialidades, que nos últimos anos cresceram muito, buscaram o seu nicho de mercado e estão disputando com as demais empresas o mercado de saúde no estado da Bahia. Outro ramo que tem crescido cada vez mais, e está em franca expansão no estado da Bahia, é o crédito. Tanto pelas cooperativas que têm sua origem na Bahia, quanto pelas cooperativas que estão vindo de outros estados e ocupando os espaços aqui na Bahia por meio de agências.”

Emprego e Renda

De acordo com o Anuário do Cooperativismo, as cooperativas baianas registraram 3.030 empregados em 2022. Os municípios que contavam com a presença dessas organizações apresentaram, em média, um incremento de 28,4 empregos por 10 mil habitantes. Além disso, segundo levantamento da Oceb, no ano passado, as cooperativas da Bahia investiram R$ 204,3 milhões em despesas com pessoal, um acréscimo de 15% em relação a 2021, além de terem gerado R$ 330,5 milhões em tributos aos cofres públicos, o que representou um aumento de 86% se comparado com 2021.

“Eu acredito que o nosso grande objetivo é levar qualidade de vida às pessoas, à sociedade, a toda a nossa população, às nossas comunidades. O cooperativismo faz o papel que o estado deveria fazer. Nós contribuímos para que as pessoas possam ter mais qualidade de vida nas suas comunidades, nos seus municípios. Onde nossas cooperativas atuam já é demonstrado que a qualidade de vida é melhor, que há uma participação econômica das pessoas no município e a sua renda per capta é melhor”, avalia o presidente do Sistema Oceb, Cergio Tecchio.

Para ele, a expectativa para o futuro do cooperativismo baiano é otimista. “Eu acredito que nos próximos anos o cooperativismo baiano vai dar um grande salto de qualidade e de quantidade no estado da Bahia. Nós temos uma meta muito audaciosa de ter na Bahia um milhão de baianos sócios de cooperativa em 2027 — e eu acho que nós vamos conseguir com facilidade essa meta”, avalia.

Para saber mais sobre o cooperativismo baiano acesse somoscooperativismo-ba.coop.br e veja nosso novo vídeo institucional no canal do Sistema Oceb no YouTube.

Fonte: Brasil61

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Tarifaço: Missão empresarial aos EUA foi “positiva”, avalia presidente da CNI

Para Ricardo Alban, encontros em Washington (EUA) abriram espaço para negociações; dirigente aponta setores estratégicos para futuras parcerias bilaterais

Tarifaço: Missão empresarial aos EUA foi “positiva”, avalia presidente da CNI

A missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos Estados Unidos foi concluída nesta quinta-feira (4), em Washington, com avaliação positiva por parte do presidente da entidade, Ricardo Alban. Segundo ele, os encontros abriram espaço para negociações que podem contribuir para reduzir ou flexibilizar as tarifas impostas às exportações brasileiras.

“Faço um balanço muito positivo. Resumindo em duas palavras: missão cumprida”, declarou Alban. Mas, o dirigente completa que ainda há trabalho a ser feito. “A missão continua. Realizamos um trabalho de diplomacia empresarial, que garante as soluções de continuidade necessárias. [Nosso papel] É sermos facilitadores de uma mesa de negociação, seja para [discutir] redução de tarifas, para exceções ou para novas oportunidades”, relatou.

Entre os temas apresentados pela CNI aos norte-americanos estão projetos de produção de Combustível Sustentável da Aviação (SAF), uso da energia renovável brasileira para data centers e exploração de minerais críticos e terras raras. “Toda crise gera desafios. Todos os desafios geram oportunidade. Dentro desse conceito, trouxemos nesta missão três segmentos que podem ser explorados, que são de fortes interesses mútuos”, destacou o presidente da CNI.

Três dias de negociações

A comitiva reuniu 130 empresários, dirigentes de federações estaduais e líderes de associações industriais dos setores mais afetados pelo tarifaço. Ao longo de três dias, participaram de encontros com parlamentares, representantes do governo norte-americano e empresários locais, além da embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Cecília Ribeiro Viotti.

O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, representou a entidade na audiência pública do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), que investiga práticas comerciais brasileiras. “Ficou evidente que o papel do setor privado é muito importante, sobretudo fazendo contatos com as congêneres americanas. Esse diálogo que nós mantivemos foi muito importante para identificar as sinergias que existem entre os setores produtivos do Brasil e dos Estados Unidos”, avaliou Azevêdo.

Dados da confederação revelam que as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos impactam cerca de US$ 33 bilhões das exportações brasileiras, em 6 mil produtos. O aumento atinge todos os setores da indústria de transformação, exceto coque, derivados de petróleo e biocombustíveis.

Relação estratégica

Brasil e Estados Unidos mantêm uma parceria econômica sólida, construída ao longo de mais de 200 anos. Segundo a CNI, nos últimos dez anos, os EUA acumularam um superávit de US$ 91,2 bilhões no comércio de bens com o Brasil, valor que chega a US$ 256,9 bilhões quando incluídos os serviços.

Além disso, a entidade destaca outros resultados gerados pela parceria econômica entre Brasil e EUA:

  • Mais de 70% das importações brasileiras dos EUA estão livres de tarifas, beneficiando setores como petróleo, fertilizantes e aviação;
  • Em 2024, 11 estados norte-americanos importaram mais de US$ 1 bilhão em produtos brasileiros, com destaque para Califórnia, Flórida, Texas e Nova Iorque.

A parceria também é reforçada pelos investimentos. Entre 2013 e 2023, os EUA foram o principal destino de projetos greenfield brasileiros (aqueles em que empresas estrangeiras iniciam operações no território nacional, a partir do zero), com 142 implantações produtivas anunciadas.

Tarifas “inviáveis”

Entre os setores mais afetados da indústria nacional, o de máquinas e equipamentos já sente os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos EUA. De acordo com a diretora-executiva de Mercado Externo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Patrícia Gomes, a situação ameaça diretamente a competitividade das empresas brasileiras.

“A tarifa praticada atualmente já é inviável para os exportadores. Acho que o aumento não vai mudar o status, os 50% já são inviáveis para a relação de comércio com os Estados Unidos. Já vemos as empresas com contratos suspensos, com revisão de contratos ou que já estão recolhendo a tarifa, a depender da negociação feita com o cliente, ou até mesmo postergação de entregas. Então, as empresas que exportam já percebem o impacto da tarifa nos seus negócios em relação às exportações”, afirmou Patrícia Gomes, uma das participantes da missão.

A representante relata que a entidade tem atuado em duas frentes: buscar medidas junto ao governo brasileiro – como linhas de crédito, capital de giro e postergação de tributos – e manter o diálogo com os americanos para tentar reduzir as alíquotas. “O que temos de fato solicitado ao governo é continuar buscando a negociação com o governo americano, para termos redução da tarifa ou exceção de produtos do setor, para viabilizarmos o comércio com os Estados Unidos. Esse é o principal objetivo para garantirmos uma competitividade do setor”, pontuou.

Para a Abimaq, a participação na missão organizada pela CNI amplia as oportunidades de aproximação com o setor privado norte-americano, parlamentares e autoridades. “É uma primeira ação – de muitas – que o setor empresarial brasileiro terá que fazer para reduzir a tarifa a um patamar executável, para o setor industrial conseguir exportar e conseguir restabelecer uma relação comercial produtiva com os Estados Unidos”, concluiu a diretora-executiva da associação.

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Tarifaço: “Empresas americanas se beneficiaram das políticas brasileiras”, afirma embaixador Roberto Azevêdo em audiência nos EUA

Em pronunciamento no Escritório do Representante Comercial dos EUA, consultor da CNI afirmou que não há evidências de políticas ou práticas brasileiras que prejudiquem empresas americanas e pediu mais cooperação entre os dois países

Tarifaço: “Empresas americanas se beneficiaram das políticas brasileiras”, afirma embaixador Roberto Azevêdo em audiência nos EUA

O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), fez a defesa da indústria brasileira durante audiência pública no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), nesta quarta-feira (3). A sessão faz parte da investigação aberta em julho com base na Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana, que analisa se atos ou práticas de outros países são injustificáveis ou restritivas ao comércio dos EUA.

Na sustentação oral, Azevêdo afirmou que os comentários já enviados pela CNI demonstram de forma clara que o Brasil não adota medidas discriminatórias ou prejudiciais. “A noção de que o Brasil está agindo deliberadamente de forma a prejudicar os Estados Unidos é totalmente infundada. Simplesmente não há evidências de que os atos, políticas e práticas em questão discriminem ou prejudiquem injustamente as empresas americanas. Ao contrário, os fatos mostram que as empresas americanas, em geral, se beneficiaram das políticas brasileiras”, destacou.

A investigação norte-americana envolve seis áreas: comércio digital, meios de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, propriedade intelectual, mercado de etanol e questões ambientais, como o desmatamento ilegal. Em seu pronunciamento, Azevêdo apresentou argumentos sobre cada um dos pontos e reforçou que o Brasil tem avançado em marcos regulatórios, combate à corrupção, proteção ambiental e garantias jurídicas.

Na audiência, embaixador Roberto Azevêdo também ressaltou a relevância estratégica da relação bilateral. “Somos as duas maiores democracias deste hemisfério. Deveríamos estar conversando um com o outro, não brigando um com o outro. Quaisquer problemas devem ser resolvidos por meio de diálogo e cooperação contínuos. A CNI apoia iniciativas que fortaleçam os laços entre os Estados Unidos e o Brasil, promovam o crescimento econômico e melhorem as condições de mercado em ambos os países”, afirmou.

O presidente da entidade, Ricardo Alban, ressaltou que os principais argumentos da confederação para as acusações são os fatos. “No caso do etanol, temos uma relação de muitos anos, somos os dois maiores produtores do mundo. Hoje, o etanol é uma grande matéria-prima para a produção do SAF [Combustível Sustentável de Aviação]. Temos que desmistificar também os problemas do desmatamento, dos meios de pagamento – no caso do PIX –, desmistificar o problema de talvez nós não termos as devidas cobranças na parte do Judiciário e mais outros pontos comerciais que são importantes para que a gente possa ter realmente a explicação baseada sempre em elementos, em estatísticas, na condição econômica e comercial.”

Missão empresarial

A audiência pública no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos compõe a agenda da missão empresarial liderada pela CNI a Washington. O objetivo é abrir canais de diálogo e contribuir com as negociações para reverter ou reduzir o tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A comitiva reúne cerca de 130 empresários, dirigentes de federações estaduais e representantes de associações industriais.

A agenda vai até esta quinta-feira (4), com reuniões no Capitólio, encontros bilaterais com instituições parceiras, plenária com representantes do setor público e privado dos dois países.

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CNI lidera missão empresarial aos EUA para negociar tarifaço

Comitiva de 130 empresários e líderes setoriais participa de encontros em Washington para buscar a reversão das tarifas adicionais de até 50% aplicadas a produtos brasileiros

CNI lidera missão empresarial aos EUA para negociar tarifaço

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lidera, nesta quarta (3) e quinta-feira (4), uma missão empresarial a Washington (EUA), com o objetivo de abrir canais de diálogo e contribuir com as negociações para reverter ou reduzir o tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A comitiva reúne cerca de 130 empresários, dirigentes de federações estaduais e representantes de associações industriais.

A agenda inclui reuniões no Capitólio, encontros bilaterais com instituições parceiras, plenária com representantes do setor público e privado dos dois países e audiência pública na US International Trade Commission, no âmbito da investigação aberta pelo governo americano contra o Brasil, com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O processo avalia práticas comerciais em áreas como comércio digital, serviços de pagamento, tarifas preferenciais, etanol e questões ambientais.

“Estamos trabalhando de forma profissional, eminentemente de forma particular, privada e empresarial. Nesse momento, é muito delicado que nós possamos ter qualquer vontade ou qualquer determinação de aplicar a lei da reciprocidade. Temos momentos tensos, na geopolítica, mas o que nós queremos mesmo é que não seja precipitada nenhuma decisão em que possamos ter essa tratativa e a busca do bom senso”, declarou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Entre os setores mais afetados pelo tarifaço e que estarão representados na missão estão máquinas e equipamentos, madeira, café, cerâmica, alumínio, carnes e couro. Grandes empresas como Embraer, Stefanini, Novelis, Siemens Energy e Tupy também integram a comitiva.

A comitiva conta com a participação de dirigentes de oito federações estaduais da indústria: Goiás (FIEG), Minas Gerais (FIEMG), Paraíba (FIEPB), Paraná (FIEP), Rio de Janeiro (FIRJAN), Rio Grande do Norte (FIERN), Santa Catarina (FIESC) e São Paulo (FIESP).

Investigação das práticas comerciais entre Brasil e EUA

No dia 3 de setembro, a CNI, representada pelo embaixador Roberto Azevêdo, participará de uma audiência pública no âmbito da investigação conduzida pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR). O processo foi aberto com base na Seção 301 da Lei de Comércio, que autoriza o governo norte-americano a apurar se políticas ou práticas de outros países configuram barreiras injustas, discriminatórias ou restritivas ao comércio dos EUA.

Os EUA abriram investigação contra o Brasil em julho, englobando temas como comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e questões ambientais, incluindo desmatamento ilegal.

A CNI, como representante oficial da indústria nacional, apresentou defesa técnica, afirmando que o Brasil não adota práticas desleais ou discriminatórias capazes de prejudicar a competitividade das empresas norte-americanas. A entidade ressalta que não há fundamento jurídico ou factual para justificar novas tarifas e lembra que o comércio bilateral é historicamente benéfico para ambos os países, com superávit para os EUA e tarifas em níveis baixos.

A entidade também reforça que medidas unilaterais enfraquecem a parceria estratégica construída ao longo de décadas e defende que as divergências sejam tratadas por meio de diálogo bilateral e cooperação técnica, considerados pela entidade como os caminhos mais eficazes para alcançar resultados de interesse comum.

Impactos econômicos

Estudos da CNI já alertaram que as tarifas adicionais podem gerar um impacto negativo de até R$ 20 bilhões no PIB brasileiro e a perda de 30 mil empregos. Atualmente, 77,8% da pauta exportadora brasileira para os EUA enfrentam sobretaxas, atingindo principalmente setores de vestuário, máquinas e equipamentos e produtos têxteis.

Mesmo com a pressão gerada pelo cenário político, Alban busca equilíbrio para o Brasil não perder a razão nas negociações. “Óbvio que o cenário não é tão favorável, que nós temos muitas pressões, mas precisamos ter um conceito, soberania também tem a ver com o bem-estar de todos, com o bem-estar da sociedade, com o bem-estar do setor produtivo. Isso não significa, de modo nenhum, perder a soberania, mas não vamos perder a razão”, pontuou.

Para mitigar os efeitos da crise no Brasil, a CNI também entregou ao governo federal um conjunto de propostas que inclui linhas de crédito subsidiadas, postergação de tributos e medidas trabalhistas para preservação de empregos.

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