Tarifaço: Objetivo da missão empresarial aos EUA é de sensibilizar, diz presidente da CNI
Às vésperas da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, Ricardo Alban lidera comitiva para articular diálogo com empresas americanas e evitar prejuízos à indústria nacional
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, destacou que a missão empresarial que a instituição está organizando aos Estados Unidos busca aproximar empresas brasileiras e americanas que mantêm relações comerciais. “Nosso papel, da CNI, é ser um facilitador – um coordenador –, assim como nossa parceira, a U.S. Chamber of Commerce, nos Estados Unidos, também seja uma facilitadora. E o nosso objetivo não é fazer lobby, é fazer a sensibilização lá, para que as empresas americanas tenham sensibilização para o governo e vice-versa”, explicou Alban, nesta terça-feira (29).
A declaração ocorre em meio à expectativa pela entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros no mercado norte-americano, prevista para esta sexta-feira, 1º de agosto. Ricardo Alban defende que o diálogo entre empresas dos dois países pode criar pontes e contribuir para uma solução negociada, ainda que a decisão final dependa exclusivamente dos governos.
“Temos que aguardar o que vai acontecer de fato no dia 1º – se teremos a tão desejada suspensão ou a prorrogação [das medidas tarifárias] para que a gente possa ter um tom mais adequado dessas conversas”, acrescentou o dirigente.
Missão aos EUA: diálogo entre empresas como ponte para governos
A comitiva deve se reunir nas próximas semanas com empresas brasileiras que atuam no mercado norte-americano e com companhias dos EUA que mantêm relações comerciais com o Brasil. O objetivo é promover a sensibilização mútua sobre os impactos negativos do tarifaço e ampliar canais de interlocução, sem interferir diretamente nas negociações governamentais.
Alban destacou que, embora os Estados Unidos representem uma parcela menor das exportações brasileiras, o mercado americano é relevante para o setor industrial nacional, especialmente para pequenas e médias empresas, que não têm margem de manobra para enfrentar barreiras abruptas.
“Queremos encontrar bom senso. Não é simples, não é fácil, mas é possível, se focarmos no que converge”, concluiu.
Impactos esperados: empregos e PIB em risco
Durante reunião da diretoria da CNI na terça-feira, em Brasília, os representantes das federações industriais estaduais demonstraram forte preocupação com os efeitos da tarifa sobre cadeias produtivas locais. A Confederação estima que a medida pode causar:
● Perda de 110 mil empregos no Brasil;
● Redução de 0,16% no PIB nacional;
● Queda de 0,12% na economia global;
● Retração de 2,1% no comércio mundial, o equivalente a US$ 483 bilhões.
Impactos do tarifaço aos estados brasileiro
O aumento das tarifas de importação anunciado pelos Estados Unidos, com previsão de entrar em vigor em 1º de agosto, pode provocar perdas superiores a R$ 19 bilhões para os estados brasileiros, revela levantamento da CNI, com base no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O estudo mostra ainda os impactos nos estados com as maiores dependências do mercado norte-americano. Em 2024, os Estados Unidos representaram 44,9% das exportações do Ceará. No Espírito Santo, a participação foi de 28,6%. Em outros estados, como Paraíba (21,6%), São Paulo (19,0%) e Sergipe (17,1%), a dependência também é significativa.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, afirmou que o estado poderá perder até 8 mil empregos com o tarifaço. Setores como aço, pescado, cera de carnaúba, castanha de caju e calçados estão entre os mais afetados.
“Temos mais de 6 mil barcos pescando no Ceará, cada um com 3 ou 4 tripulantes. Para cada pessoa no mar, há mais cinco em terra. Mais de 90% dos peixes vermelhos do estado vão para os EUA. Essa cadeia representa mais de 40 mil pessoas”, alertou Cavalcante, após reunião com o ministro Geraldo Alckmin e o governador Elmano de Freitas.
Relação Brasil-EUA: investimentos bilionários em jogo
O estoque de investimentos do Brasil nos EUA chegou a US$ 22,1 bilhões em 2024, crescimento de 52,3% em uma década. Em contrapartida, os investimentos dos EUA no Brasil somaram US$ 357,8 bilhões no mesmo ano, com 3,6 mil empresas americanas atuando no país.
Negociações entre Brasil e EUA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (30) que o governo americano não fechou a porta para uma nova rodada de conversas. Segundo Haddad, a equipe do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, pediu paciência até o retorno do secretário de viagem à Europa.
“Tenho tentado contato com ele. A assessoria dele sinalizou que há espaço para novo diálogo quando ele voltar”, disse Haddad.
Embora o clima ainda seja de incerteza, a expectativa é que o cenário possa mudar com pressão do setor produtivo e articulação política bilateral. A CNI mantém a posição de que a saída deve vir do diálogo — e não de medidas de confronto.
Segundo especialistas, o desempenho da moeda foi influenciado por um ambiente de menor percepção de risco após avanços nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
Índice
O dólar encerrou a última sessão em queda, cotado a R$ 5,31, com recuo de 0,48%. No mesmo horário, o contrato futuro da moeda americana registrava baixa de 0,61%, valendo R$ 5,345. O movimento foi contrário ao índice que mede a força do dólar frente a outras moedas globais, que subiu 0,4%, influenciado pela desvalorização do euro e do iene.
Segundo especialistas, o desempenho da moeda foi influenciado por um ambiente de menor percepção de risco após avanços nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Também contribuíram para o resultado as sinalizações do Banco Central sobre a condução da política monetária, que indicam cautela em possíveis cortes na taxa básica de juros.
Moedas de países exportadores de commodities, como o real, acompanharam a recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional, o que ajudou a fortalecer as divisas emergentes.
Cotação do euro
Já o euro encerrou o último pregão cotado a R$ 6,21.
Cotações
A tabela abaixo mostra as cotações cruzadas entre as principais moedas internacionais e o real. Cada célula indica quanto vale 1 unidade da moeda da linha em relação à moeda da coluna.
Ibovespa recua 0,41% na última sessão com cautela no mercado
No cenário externo, os mercados dos Estados Unidos operaram majoritariamente em alta, com os investidores atentos a fusões e aquisições e à paralisação parcial do governo americano.
Índice
O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou a última sessão recuando 0,41%, aos 143.608,08 pontos. O volume negociado foi de cerca de R$ 16,7 bilhões, sinalizando movimentação moderada.
No cenário externo, os mercados dos Estados Unidos operaram majoritariamente em alta, com os investidores atentos a fusões e aquisições e à paralisação parcial do governo americano. Segundo analistas, o recuo do índice reflete incertezas políticas e fiscais, especialmente com vistas às eleições do próximo ano e à trajetória dos gastos públicos.
Maiores altas e quedas do Ibovespa
Confira as ações com melhor e pior desempenho no último fechamento:
Ações em alta no Ibovespa
Banco do Estado do Rio Grande do Sul SA 6 % Conv Pfd A (BRSR5): +13,65%
Tekno SA Industria e Comercio Pfd (TKNO4): +13,14%
Ações em queda no Ibovespa
PDG Realty SA Empreendimentos e Participacoes (PDGR3): −42,86%
Ambipar Participacoes e Empreendimentos SA (AMBP3): −35,00%
O volume total negociado na B3 foi de R$ 16.715.038.265, em meio a
2.986.143 negócios.
Os dados da bolsa podem ser consultados no site da B3.
O que é o Ibovespa e como ele funciona?
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do mercado acionário brasileiro. Calculado pela B3, ele reflete a média do desempenho das ações mais negociadas na bolsa, com base em critérios de volume e liquidez. O índice é composto por uma carteira teórica de ativos, que representa cerca de 80% do volume financeiro total negociado no mercado.
O que é a B3, a bolsa de valores do Brasil?
A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. É responsável pela negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio e outros ativos financeiros. A B3 está entre as maiores bolsas do mundo em infraestrutura e valor de mercado.
Pé-de-Meia: pagamento para nascidos em novembro e dezembro ocorre nesta segunda-feira (6)
A CAIXA finaliza, nesta segunda-feira, 6 outubro, o pagamento do Incentivo Frequência do Programa Pé-de-Meia para os estudantes nascidos nos meses de novembro e dezembro.
A CAIXA finaliza, nesta segunda-feira, 6 outubro, o pagamento da sexta parcela do Programa Pé-de-Meia para os estudantes nascidos nos meses de novembro e dezembro.
O incentivo será creditado em conta Poupança CAIXA Tem e os valores podem ser movimentados pelo App CAIXA Tem.
Para facilitar ainda mais o dia a dia, é possível solicitar gratuitamente o cartão Pé-de-Meia pelo próprio app CAIXA Tem, permitindo o uso dos recursos em compras e pagamentos.
O Programa Pé-de-Meia apoia a permanência e a conclusão escolar dos estudantes matriculados no Ensino Médio da rede pública.
Para mais informações sobre os pagamentos do Pé-de-Meia, acesse o site da Caixa.
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