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Mais de 60% dos projetos sobre pessoas trans em assembleias visam ampliar direitos

Levantamento inédito da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados aponta que propostas pró direitos LGBTQIA+ focam em segurança, uso do nome social e emprego; contrários focam em educação, esportes e saúde

Mais de 60% dos projetos sobre pessoas trans em assembleias visam ampliar direitos

Em dez anos, 62,6% dos projetos de lei estaduais e distritais apresentados nas assembleias legislativas dos 26 estados brasileiros e na Câmara Legislativa do Distrito Federal buscaram ampliar direitos de pessoas trans. No período, 30 textos foram aprovados – sendo que 21 propostas aumentam garantias e nove restringem. Os dados compõem um levantamento inédito da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.

A pesquisa aponta que os projetos favoráveis aos direitos LGBTQIA+ focam em segurança, uso do nome social e emprego. Já os textos contrários concentram dispositivos relacionados às áreas de educação, esportes e saúde.

Os dados foram levantados entre 16/05/2025 e 04/06/2025 e incluem propostas apresentadas desde 2015. Daquele ano até 2025 foram apresentados, ao menos, 664 projetos de lei relacionados a pessoas transgêneras nas assembleias legislativas dos 26 estados brasileiros e na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Do total, 416 propostas, totalizando 62,6%, visam ampliar direitos e 248, correspondendo a 37,3%, buscam restringir. Apenas 3 PLs foram vetados no período.

Acesse o painel interativo para consultar todas as propostas.

O estudo mostra que 2023 marcou o pico de PLs estaduais apresentados relacionados a transgêneros. Naquele ano, 218 propostas (33%) foram protocoladas. 

Recorte estadual: avanço de propostas 

Em relação às propostas favoráveis às pessoas trans que se tornaram leis estaduais, Pernambuco é o estado que se destaca, com quatro projetos de lei. Em seguida aparecem Acre e Maranhão, ambos com três.

O levantamento da Nexus informa que a maioria dos textos foram de iniciativa de deputados de partidos de esquerda, totalizando 16, abarcando partidos como PDT, PSB, PCdoB, PSol e PT. Outras três propostas são da deputada pernambucana Socorro Pimentel, do União Brasil, legenda de direita, e dois são de parlamentares de siglas de centro (MDB e Podemos).

Por exemplo, em Pernambuco, foi aprovado o projeto que Institui a Política Estadual de Enfrentamento à Violência contra Pessoas LGBTQIA+. Já no Acre, foi aprovado o texto que estabelece medidas de segurança a serem adotadas por administradores de locais, como bares e restaurantes e similares, visando à proteção das mulheres, inclusive transexuais, em suas dependências.

Temas como segurança (54), uso de nome social (53) e emprego (38) – especialmente reserva de vagas – lideram propostas favoráveis. O primeiro grupo inclui medidas que estabelecem dispositivos para proteção contra discriminação em estabelecimentos comerciais e obrigam o registro de violência contra pessoas trans, por exemplo.

Das 18 propostas que punem atos transfóbicos, cinco foram apresentadas antes de 2019, ano em que o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a LGBTfobia. Outras 13 foram apresentadas a partir de 2019.

Volume de projetos apresentados por estado

Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro concentram 42% das propostas relacionadas a direitos trans apresentadas nas assembleias legislativas no período analisado. São 153 da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e 126 da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Em 3º lugar, está Pernambuco, com 39 registros, seguido por Minas Gerais (36) e Mato Grosso (27).

Em contrapartida, Tocantins e Rondônia são os estados onde o tema é menos recorrente, com apenas um registro cada. Já Acre, Piauí e Roraima somam três PLs cada e Amapá soma cinco propostas.

Projetos restritivos aprovados 

Os nove PLs que resultaram em lei restritivas aos direitos dos transgêneros se concentram em estados do Norte e Nordeste. Apenas no Amazonas foram três, no Maranhão e em Alagoas foram dois cada um. A maioria, sendo sete, foi apresentada por parlamentares de partidos direita, uma de centro e outra por deputados de centro e de direita.

A pesquisa aponta que as medidas restringem atividades escolares, estabelecem o sexo biológico como critério para partidas esportivas, proíbem o uso de bloqueadores hormonais e de banheiros unissex. 

Metodologia

O levantamento da Nexus foi feito a partir da busca dos termos “transgênero”, “transexual”, “transexuais”, “gênero” e “sexo” em todos sites das assembleias legislativas dos estados brasileiros e na Câmara Legislativa do Distrito Federal e da análise desses resultados – e incluem propostas apresentadas desde 2015.

Já para classificar o espectro político dos partidos, foi considerada a legenda pela qual o deputado foi eleito no pleito anterior ao projeto de lei apresentado.

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Porto Alegre: Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo recebe visita de equipe do MinC

Ministério da Cultura visita Quilombo do Sopapo, em Porto Alegre, e destaca papel dos agentes culturais na valorização da diversidade e das expressões locais

Porto Alegre: Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo recebe visita de equipe do MinC

O Ministro da Cultura vem promovendo uma série de encontros por todo Brasil para conversar com agentes culturais ou grupos que trabalham na criação, produção, promoção e divulgação de manifestações culturais.

Atuando como mediadores entre a população e as expressões culturais, os agentes articulam e promovem ações que valorizem a cultura local. Esse trabalho é fundamental no desenvolvimento cultural de uma sociedade e é reconhecido pelo MinC.

Nesta semana, representantes do ministério estiveram no ponto de cultura Quilombo do Sopapo, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A simbologia do local escolhido para o bate-papo foi ressaltada pelo secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares.

“Este lugar é muito importante para a cultura negra, para a formação da rede de pontos de cultura, um espaço de acolhimento de articulação e fortalecimento das políticas culturais”.

Um agente pode ser artista, produtor, gestor cultural, ou qualquer pessoa que de alguma forma contribua para a vida cultural de uma comunidade. Eles atuam como um canal de diálogo entre o governo federal e a sociedade civil.

No encontro, o secretário destacou como os agentes culturais são peças-chave ao cumprirem com o desenvolvimento cultural de uma sociedade.

“A cultura é a valorização da diversidade, é a valorização da diferença, é a construção do respeito e na construção do respeito à construção de linguagem, de estética, de símbolo.”

O objetivo do Ministério da Cultura é justamente nacionalizar as políticas culturais e seguir atuando em diversas frentes para garantir que a cultura seja acessível. 

Márcio Tavares explica que a valorização dos fazedores e gestores passa pela defesa da cultura, da democracia e das expressões dos territórios.

Esta é uma realização do Ministério da Cultura (MinC). Para mais informações, acesse: www.gov.br/cultura
 

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Ministra da Cultura, Margareth Menezes, faz discurso em evento na sede da UNESCO, em Paris

Ministra da Cultura participa de compromissos na sede da UNESCO, em Paris

Ministra da Cultura, Margareth Menezes, faz  discurso em evento na sede da UNESCO, em Paris

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou de compromissos na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Paris, na França.

A titular do Ministério da Cultura discursou na abertura da 10ª Conferência das Partes da Convenção 2005. O evento reúne os 186 países signatários da Convenção e a União Europeia para avaliar o progresso alcançado na sua implementação e traçar ações futuras.

Margareth Menezes destacou a importância da Convenção na garantia do acesso e valorização da cultura em todas as suas dimensões: “Ao longo de seus 20 anos, a Convenção já provocou transformações profundas no campo cultural, tanto em nível local quanto internacional. Esse avanço extraordinário confirma um dos principais objetivos da Convenção: despertar, em escala global, a consciência sobre a importância de proteger a diversidade cultural com um bem comum da humanidade e meio de promoção do desenvolvimento sustentável”.

No discurso, a ministra ressaltou ainda como a Convenção tem orientado o Brasil na construção de políticas culturais inclusivas, democráticas e voltadas à diversidade: “Nossas políticas culturais impactam milhões de brasileiros e brasileiras, democratizando o acesso, valorizando a pluralidade, e fortalecendo as redes comunitárias em todas as regiões”.

A ministra da Cultura do Brasil também esteve na quinta edição do Fórum das Organizações da Sociedade Civil interessadas na implementação da Convenção UNESCO de 2005.

O evento discute a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais. Para a ministra, o papel da sociedade no fórum é muito importante: “As vozes de todas as pessoas da diversidade humana precisam cada vez mais ser ouvidas, e isso fortalece a implementação dessa convenção que é tão importante. Após 20 anos, podemos dizer que a convenção é um instrumento vivo e que precisa estar aberta às mudanças do tempo”.

As celebrações pelos 20 anos da Convenção sobre a Diversidade das Expressões Culturais reforça o protagonismo da cultura feita no Brasil no cenário internacional. Todos têm direito à cultura, defende a ministra Margareth Menezes.

“O acesso à cultura em todas as suas dimensões deve ser ampliado, criando condições para que todas as pessoas tenham acesso e participem ativamente da vida cultural e de suas comunidades”.

Esta é uma realização do Ministério da Cultura. Para mais informações, acesse: www.gov.br/cultura

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No dia do Cinema Brasileiro, MinC alerta para necessidade de aprovação da Lei do Streaming

MinC quer aprovar ainda este ano a Lei do Streaming, que pretende regular os serviços de vídeo sob demanda oferecidos por plataformas como Netflix e Amazon Prime

No dia do Cinema Brasileiro, MinC alerta para necessidade de aprovação da Lei do Streaming

O Ministério da Cultura trabalha para aprovar ainda em 2025 a Lei do Streaming, que pretende regular os serviços de vídeo sob demanda oferecidos por plataformas como Netflix e Amazon Prime.

Para o Minc, a aprovação da lei é fundamental para impulsionar o audiovisual do Brasil e dar ainda mais destaque para o cinema nacional. E entre as principais vantagens da regulamentação, estão o fortalecimento da produção independente e a garantia da soberania cultural. Ou seja, o direito do Brasil de desenvolver e promover sua própria cultura, sem interferências externas que possam ameaçar a identidade e a diversidade cultural dos brasileiros.

Novas oportunidades para os criadores de todo o país também são defendidas pela ministra da Cultura, Margareth Menezes: “Essa nova geração que tá aí encontra dentro do audiovisual, um ambiente de geração de emprego e renda, enfim, é tudo. O audiovisual hoje é realmente um setor de aderência das novas gerações”.

O Ministério da Cultura defende as propostas presentes no projeto substitutivo apresentado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), no que se refere aos pontos estruturantes apoiados pelo MinC para a regulação.

Os pontos estruturantes são: cota de 10% de conteúdo brasileiro nos catálogos; alíquota de Condecine de 6% do faturamento bruto anual, sem qualquer dedução e investimento direto em pré-licenciamento, e licenciamento exclusivamente de produção brasileira independente.

O MinC trabalha o tema num esforço conjunto entre governo, líderes e parlamentares, além do constante diálogo com representantes do setor e da sociedade civil.

O período atual é muito bom para o cinema brasileiro e é importante a regulamentação da lei acontecer, reforça a secretária do audiovisual do MinC, Joelma Gonzaga: “O debate tá muito rico, tá muito maduro e muito organizado. Então, assim, eu acho que a gente tá no melhor momento mesmo para regulamentar”.

No dia 19 de junho é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro. A secretária lembra a data para reforçar que a aprovação da Lei do Streaming é crucial para impulsionar, ainda mais, a indústria cinematográfica e é uma prioridade do MinC.

Esta é uma realização do Ministério da Cultura. Para mais informações, acesse: www.gov.br/cultura/

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