GO: Tarifaço dos EUA deve ocasionar queda de R$ 798 mi no PIB estadual; agroindústria, mineração e autopeças serão afetados
Número é de estudo publicado pela UFMG. Já diagnóstico da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) aponta que o estado pode sofrer retração de até 15% no fluxo comercial entre Goiás e os Estados Unidos
Caso entrem em vigor, as tarifas trarão efeitos significativos para os setores da agroindústria, mineração e autopeças em Goiás, conforme nota técnica da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). As estimativas preliminares apontam a possibilidade de uma retração de até 15% no fluxo comercial entre o estado goiano e os EUA.
Em entrevista ao Jornal Times Brasil, da CNBC, o presidente em exercício da Fieg, Flávio Rassi, disse que o percentual de 15% já foi sentido e o número pode ser ainda maior. Ele avalia que a tarifação imposta “não tem lógica tributária, comercial e vem de supetão”, ou seja, de forma inesperada – impossibilitando, assim, que o mercado nacional encontre formas de buscar outros caminhos, conforme explica Rassi.
“Então, não dá para buscarmos novos mercados, não dá para fazermos nada num prazo tão exíguo. [A indústria] não consegue reorganizar os seus meios de produção e os seus mercados. Para atingir um novo mercado é preciso adaptar a embalagem, prospectar cliente, distribuidor, transporte, não é uma coisa tão simples assim. A gente precisa de tempo”, afirmou Flávio Rassi ao Jornal Times Brasil, da CNBC.
O presidente em exercício da Fieg reforçou que é necessário “deixar a questão ideológica de lado” e que a prioridade é negociar com vistas a apoiar a indústria.
A nova medida dos EUA estabelece alíquota de 50% sobre diversos produtos brasileiros – e deve entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto de 2025. A medida deve ser somada às tarifas já aplicadas em março deste ano, de 25% sobre o aço e de10% sobre o alumínio.
Segundo a Fieg, entre as consequências que os setores da agroindústria, mineração e autopeças de Goiás poderão enfrentar, está a perda de competitividade nos mercados internacionais.
Relevância econômica e industrial de Goiás
A nota técnica da Fieg destaca que Goiás tem um papel relevante como exportador de commodities agrícolas e produtos manufaturados no país. Por sua relevância econômica e industrial em diversos setores, a Federação aponta que o estado pode sofrer efeitos significativos com o novo pacote tarifário imposto pelos EUA.
Dados do Portal da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que a indústria é responsável por 21,0% das exportações realizadas pelo estado de Goiás.
Além disso, apenas em 2024, a indústria goiana exportou US$ 2.592 milhões. No ranking estadual, Goiás ocupa o décimo segundo lugar em exportações industriais do Brasil.
Conforme publicação da Agência de Notícias do Governo de Goiás, na safra 2024/25 o estado deve bater recorde histórico com a produção de 78,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O montante vai consolidar o território goiano como o terceiro maior produtor do país, segundo o governo estadual.
Caminhos para mitigar impactos
No documento, a Fieg lista uma série de caminhos que podem colaborar para mitigar os efeitos negativos sobre a economia goiana e brasileira. Entre as sugestões estão uma possível mobilização diplomática que envolva o Itamaraty, governos estaduais e o setor produtivo.
A Fieg também sugere a ampliação da pauta de exportações para novos mercados, especialmente União Europeia e países asiáticos, bem como a adoção de medidas compensatórias para os setores mais afetados.
Entre as recomendações ao Governo Federal, a Fieg reforça a importância de negociações técnicas e cooperativas, a fim de evitar medidas de confronto que agravem o cenário. Outra orientação é fomentar a articulação conjunta com outros países já afetados pelas medidas, com vistas a elaborar estratégias multilaterais.
Agronegócio
Em nota oficial, o presidente do Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e 1º vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner, destacou a importância da diplomacia para o agronegócio brasileiro, especialmente o goiano.
“A agricultura e a pecuária brasileiras podem se tornar os primeiros alvos práticos dessa instabilidade. Goiás, por exemplo, é fortemente exportador e depende de relações comerciais sólidas e previsíveis. Quando o governo não assegura um ambiente de confiança internacional, quem sofre é o setor produtivo, que se vê diante de barreiras comerciais, incertezas cambiais e desvantagens competitivas”, afirmou Schreiner em nota oficial publicada no site da Faeg.
De acordo com a Faeg, caso a tarifa dos EUA entre em vigor, os principais setores que podem sentir os efeitos de forma mais imediata são o da carne bovina e açúcar de cana.
Confira os produtos goianos mais afetados pela tarifa dos EUA, conforme a Faeg:
Carne bovina (61,8% das exportações para os EUA);
Açúcar de cana (US$ 32,3 milhões);
Frutas, milho, peixes, café e hortaliças;
Máquinas agrícolas (25,5% das importações goianas dos EUA);
Pé-de-Meia: pagamento para nascidos em novembro e dezembro ocorre nesta segunda-feira (6)
A CAIXA finaliza, nesta segunda-feira, 6 outubro, o pagamento do Incentivo Frequência do Programa Pé-de-Meia para os estudantes nascidos nos meses de novembro e dezembro.
A CAIXA finaliza, nesta segunda-feira, 6 outubro, o pagamento da sexta parcela do Programa Pé-de-Meia para os estudantes nascidos nos meses de novembro e dezembro.
O incentivo será creditado em conta Poupança CAIXA Tem e os valores podem ser movimentados pelo App CAIXA Tem.
Para facilitar ainda mais o dia a dia, é possível solicitar gratuitamente o cartão Pé-de-Meia pelo próprio app CAIXA Tem, permitindo o uso dos recursos em compras e pagamentos.
O Programa Pé-de-Meia apoia a permanência e a conclusão escolar dos estudantes matriculados no Ensino Médio da rede pública.
Para mais informações sobre os pagamentos do Pé-de-Meia, acesse o site da Caixa.
TARIFAÇO: Estudo da ApexBrasil aponta mercados alternativos para 195 produtos brasileiros
Levantamento da ApexBrasil indica destinos na Europa, Ásia, América Latina e África como novas oportunidades para produtos brasileiros
Índice
O estudo Diversificação de Mercados por Estados Brasileiros, lançado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), detalha como cada estado é afetado pelas novas tarifas anunciadas em julho deste ano pelos Estados Unidos e quais as possibilidades de redirecionamento das exportações para 195 produtos brasileiros. O levantamento foi feito com base na metodologia do Mapa de Oportunidades da Agência, que classifica os destinos em perfis como Abertura, Consolidação, Manutenção e Recuperação Mercados da União Europeia, da Ásia e da América Latina aparecem como alternativas viáveis para produtos como o café mineiro, o ferro e o aço do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e o pescado do Ceará, que sempre tiveram nos Estados Unidos seus principais compradores.
Em Minas Gerais, o café em grão não torrado lidera as vendas externas para os EUA: foram US$ 1,5 bilhão em 2024, equivalentes a 80,5% de tudo que o Brasil exportou do produto para aquele mercado. Já no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, a dependência está concentrada nos semimanufaturados de ferro e aço, com 62,7% das exportações capixabas e 57,3% das fluminenses destinadas aos norte-americanos.
No Ceará, peixes, água de coco e mel somaram quase US$ 580 milhões em vendas para os EUA, o que corresponde a 88% do total exportado pelo estado em 2024. Proporcionalmente, é o estado mais dependente: 45% de sua pauta exportadora está concentrada nesse destino.
O Sudeste é a região mais vulnerável: São Paulo (19%), Espírito Santo (29%) e Rio de Janeiro estão entre os que mais sentem os efeitos imediatos do tarifaço. No Amazonas, produtos do Polo Industrial de Manaus, como eletroeletrônicos, também correm risco de perda de competitividade
Para onde ir?
O café mineiro encontra oportunidades em países como Holanda, Alemanha, Espanha e Japão. O ferro e aço do Espírito Santo e do Rio podem ser redirecionados para França, Alemanha, Canadá e México. Já o pescado cearense tem espaço em mercados como Alemanha, Bélgica, Chile, Equador e até em países africanos emergentes, como Egito e África do Sul.
Outros estados também têm margem para diversificar. O Amazonas pode ampliar vendas para a China e vizinhos sul-americanos, como Argentina e Colômbia. São Paulo, com pauta diversificada, possui 20 produtos com alternativas na União Europeia e na América Latina.
Diversificação como estratégia
Para o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, os Estados Unidos seguem como mercado decisivo, mas é preciso ter opções. “É preciso negociar, mas a ApexBrasil está fazendo sua parte para apoiar. Estamos mapeando, estado por estado, os setores mais dependentes das exportações para os Estados Unidos, para compreender com precisão quais cadeias produtivas estão mais expostas. A partir desse diagnóstico, buscamos alternativas concretas para inserir esses produtos em novos mercados, diversificando destinos e reduzindo riscos para as empresas brasileiras.”
O gerente de Inteligência de Mercado da ApexBrasil, Gustavo Ribeiro, reforça que a diversificação deve ser permanente. “Não colocar todas as fichas em uma cesta só é um princípio básico de mitigação de riscos. A publicação oferece subsídios práticos para que gestores e empresários tomem decisões estratégicas com mais clareza”, explica.
Plano Brasil Soberano
O estudo da ApexBrasil também está alinhado ao Plano Brasil Soberano, lançado recentemente pelo Governo Federal como resposta ao impacto das sobretaxas norte-americanas. Além de mapear novos mercados, o plano prevê medidas de apoio direto aos exportadores, como a liberação de R$ 30 bilhões em linhas de crédito do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), com foco em pequenas e médias empresas.
O pacote inclui ainda a ampliação do prazo para uso de créditos tributários no regime de Drawback, dando fôlego financeiro às companhias afetadas e ajudando a preservar empregos em cadeias produtivas estratégicas.
Conjuntura econômica melhora cenário fiscal, mas 36% das cidades seguem em dificuldade
Estudo da Firjan mostra que 46 milhões de brasileiros vivem em municípios com finanças difíceis ou críticas, apesar do avanço econômico
Mesmo em um contexto de crescimento econômico e maior repasse de recursos, 36% das cidades, onde vivem 46 milhões de brasileiros, enfrentam situação fiscal difícil ou crítica. Os dados são do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O levantamento avaliou as contas de 5.129 municípios com base em dados fornecidos pelas próprias prefeituras. Embora a média nacional tenha alcançado 0,6531 ponto, nível considerado de boa gestão, os índices de desigualdade são elevados.
“É fundamental considerarmos que o cenário está melhor por conta dos resultados econômicos de 2024 e de maior repasse de recursos, mas que isso pode não se repetir em outros momentos. Também é importante frisar que, mesmo com maior folga fiscal, continuamos com uma parcela significativa de cidades em situação desfavorável, evidenciando desigualdades históricas e mantendo o Brasil longe de patamar elevado de desenvolvimento”, destaca o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
O índice varia de zero a um e é formado pelos indicadores de Autonomia, Gastos com Pessoal, Investimentos e Liquidez. Os municípios são classificados como em situação crítica quando apresentam resultados abaixo de 0,4 ponto; em dificuldade, entre 0,4 e 0,6 ponto; em boa condição, entre 0,6 e 0,8 ponto; e em nível de excelência, quando superam 0,8 ponto.
Entre as capitais, Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS), apresentam situação fiscal difícil.Vitória (ES) é a única capital que obteve a nota máxima no ranking.
Indicadores
No indicador de Autonomia, a média foi de 0,4403 ponto, sinal de dependência elevada das transferências federais. Mais da metade das prefeituras estão em nível crítico e 1.282 cidades não geram receita suficiente nem para sustentar o executivo e o legislativo municipais.
De acordo com a Firjan, somente o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) transferiu R$ 177 bilhões no período, o que garantiu maior fôlego às finanças locais. Para a organização, no entanto, as cidades precisam ampliar a geração própria de receitas para reduzir a dependência de ciclos econômicos e da União.
Nos Gastos com Pessoal, a média foi de 0,7991 ponto, a mais alta do índice. Mas o avanço é resultado do aumento das receitas e não de ajustes na folha de pagamentos. Em média, 46% da arrecadação é destinada ao pagamento de servidores, percentual que chegou a 56,1% em períodos de baixa arrecadação. Atualmente, 540 municípios comprometem mais de 54% do orçamento com a despesa e 131 superam 60%, acima do limite previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
O indicador de Investimentos registrou 0,7043 ponto, também em nível de boa gestão, com média nacional de 10,2% da receita aplicada em obras e projetos. Foi o maior índice da série histórica, e 1.601 cidades alcançaram nota máxima por destinar mais de 12% do orçamento a essa finalidade.
Apesar do avanço, a Firjan alerta que a ausência de um plano nacional de desenvolvimento compromete a qualidade e a eficiência desses gastos. Além disso, 938 cidades — o equivalente a 18,3% do total — destinaram, em média, apenas 3,2% da receita para investimentos e foram classificadas em nível crítico.
Em relação à Liquidez, a média foi de 0,6689 ponto. O aumento de receitas contribuiu para que a maioria das cidades não acumulassem dívidas de curto prazo em 2024. Ainda assim, 2.025 municípios terminaram o ano em situação difícil ou crítica, sendo que 413 encerraram o exercício sem caixa para cobrir despesas já assumidas, o que equivale a encerrar o mandato no cheque especial.
Para a Firjan, o resultado evidencia a necessidade de reformas estruturais que garantam maior eficiência na gestão pública. A entidade defende revisão dos critérios de distribuição de recursos para estimular a arrecadação local, aumento da qualidade do gasto e mudanças na administração pública que permitam flexibilizar o orçamento e racionalizar despesas com pessoal.
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