A população paulista não vai mais pagar ICMS nem ISS a partir de 2033. Tanto o imposto estadual como o municipal serão substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços, o IBS. A reforma tributária (Emenda Constitucional 132) simplifica o atual sistema brasileiro. Além do IBS, há a Contribuição sobre Bens e Serviços, a CBS, e o Imposto Seletivo.
São Paulo é o estado mais populoso do Brasil e tem hoje, segundo o Portal da Indústria da CNI, um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 2,2 trilhões — o maior do país. Construção civil, alimentos e químicos empregam a maior parte dos 3,2 milhões de funcionários da indústria no estado.
O novo modelo tributário deve trazer maior crescimento econômico, tanto de forma local, como nacional, é o que afirmam os especialistas. O presidente do Conselho Temático para Assuntos Tributários e Fiscais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, explica como as mudanças favorecem o desenvolvimento da economia como um todo.
“Há estudos de universidades e de especialistas que avaliam o impacto da reforma — quando o sistema estiver funcionando amplamente — no crescimento do país, ou seja, essa reforma impacta positivamente o crescimento do país. O país vai poder crescer mais quando esse sistema novo estiver vigorando plenamente. Porque torna a operação dos agentes econômicos mais eficiente, na medida em que estimula a exportação, na medida em que torna o investimento mais barato, na medida promove uma simplificação com menores custos de conformidade. Então, os ganhos para a economia brasileira são indiscutíveis. Portanto, a reforma é pró-crescimento, favorece e oferece condições para que o país incremente a sua taxa de crescimento”, explica o especialista.
Confira as principais regras:
– Não cumulatividade:
A nova reforma tributária acabará com os impostos sobre impostos, que são comuns no sistema atual. Isso significa que, quando uma empresa for pagar seus impostos por um produto vendido, ela poderá descontar o que já foi pago ao longo da cadeia. Dessa forma, os custos diminuírão.
O novo sistema prevê ressarcimentos dos saldos credores em prazos de 30 a 60 dias. Dito isso, quanto mais rápido a empresa receber esse crédito, mais capital de giro e recursos para investir estarão disponíveis para o público.
– Pagamento no destino:
Antes, os impostos eram pagos no local de produção, onde o bem ou o serviço eram produzidos. Pela nova regra, os pagamentos dos impostos ficarão nos locais de compra, o destino final do bem ou onde o serviço é executado.
Isso ajudará a acabar com as disputas entre estados e municípios para atrair investimentos por meio de vantagens e isenções tributárias. A expectativa é de que tenha fim, então, a guerra fiscal entre os entes da federação, beneficiando a população.
– Cesta básica nacional:
O novo regime criou a Cesta Básica Nacional de Alimentos, sendo que os itens que farão parte dela serão isentos da CBS e do IBS. Isso significa que, ao comprar qualquer um desses produtos, os consumidores não serão tributados.
O texto original enviado pelo governo ao Congresso Nacional incluía 15 tipos de alimento na cesta: arroz, leite, manteiga, margarina, feijão, raízes e tubérculos, côco, café, óleo de soja, farinha de mandioca, farinha de milho, farinha de trigo, açúcar, massas alimentícias e pão. Outros alimentos foram incluídos pelos deputados federais: óleo de milho, aveia, farinha, carne, queijo e sal.
– Pagar menos impostos:
Embora no início o novo sistema o ponto de vista arrecadatório tenha que ser neutro, ou seja, não diminuir nem aumentar a carga tributária, há especialistas que acreditam que, com a tributação ampla de bens e serviços, e o aperfeiçoamento da tecnologia para combater a sonegação, o peso dos impostos sobre o consumo possa diminuir ao longo dos anos.
– Transparência:
Hoje, o consumidor não sabe quanto do valor de cada produto ou serviço é imposto. Com a nova reforma tributária, os impostos serão cobrados “por fora”. Isso quer dizer que a cada produto, a carga tributária ficará explícita.
É importante lembrar que, com a alíquota geral definida em 26,5%, isso quer dizer que em um produto cujo preço seja de R$ 126,50, o custo do produto é de R$ 100 e R$ 26,50 são impostos.
– Simplificação:
Chamado de manicômio tributário, o sistema atual inclui leis e normas federais, estaduais e municipais, gerando uma burocracia cara e demorada para as empresas, apenas para pagar os impostos em dia.
Um Estudo do Banco Mundial aponta que a carga tributária do Brasil é uma das mais altas do mundo. As empresas nacionais pagam, em média, 65,3% de seus lucros em tributos a cada ano. Isso significa que a cada R$ 100 de lucro, os empresários do país terão que pagar mais de R$ 65 em impostos.
• Cashback
Voltado a consumidores de baixa renda, o cashback — devolução personalizada de tributos — é voltado para o público que terá direito ao reembolso de pessoas inscritas no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico) que possuam renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo, o que hoje equivale a R$ 706. Sendo assim, uma casa com quatro moradores fará jus ao cashback se a soma do que elas recebem mensalmente não ultrapassar R$ 2.824.
De acordo com o texto, as famílias de baixa renda vão receber de volta 100% da CBS e 20% do IBS quando comprarem botijão de gás e, também, nas contas de energia, água, esgoto e gás natural. Para os demais produtos e serviços consumidos por essas famílias, o reembolso será de 20% da CBS e do IBS.
Desdobramentos da reforma no Congresso Nacional
O texto base da reforma tributária foi aprovado no final de 2023 pelo Congresso Nacional, dando origem à Emenda Constitucional 132/2023. Agora, estão em tramitação dois Projetos de Lei Complementar (PLP), para regulamentar a reforma. O PLP 108/2024, que trata do Comitê Gestor do IBS e ainda está na Câmara dos Deputados; e o PLP 68/2024. Este último regulamentou a CBS, o IBS e o Imposto Seletivo.
Para a deputada Erika Hilton (PSol-SP) a reforma diminuirá a burocracia e trará mais equidade entre os estados e gerará empregos.
“Um dos pontos que São Paulo pode ganhar muito com a reforma tributária, além da simplificação dos impostos, é o combate das guerras fiscais, fazendo com que haja mais interesse. A reforma tributária terá um reflexo em todo o país. Espero que nós tenhamos mais postos de trabalho, mais empresas dentro do nosso estado, gerando mais postos de trabalho”, avalia a parlamentar.
Após a aprovação do PLP 68 na Câmara no último dia 10, agora a proposta segue para o Senado Federal.
Bolsa Família: pagamentos começam nesta sexta-feira (26)
O pagamento é realizado preferencialmente na Poupança CAIXA ou conta CAIXA Tem
A CAIXA inicia nesta sexta-feira (26) o pagamento do Bolsa Família referente ao mês de setembro para os beneficiários com o Número de Identificação Social (NIS) terminado em 8.
O pagamento é realizado preferencialmente na Poupança CAIXA ou conta CAIXA Tem. Com a conta CAIXA Tem, os beneficiários podem pagar contas e fazer transferências diretamente pelo aplicativo no celular.
O benefício também pode ser movimentado com o cartão de débito da conta em comércios, Unidades Lotéricas, Correspondentes CAIXA Aqui, terminais de autoatendimento e Agências da CAIXA. Além disso, é possível realizar saques sem cartão nos terminais de autoatendimento e Unidades Lotéricas, utilizando a identificação biométrica previamente cadastrada em uma agência da CAIXA.
No aplicativo Bolsa Família é possível acompanhar as informações do benefício, além de receber atualizações e novidades sobre o Programa.
Para baixar os aplicativos CAIXA Tem e Bolsa Família, basta acessar a loja de aplicativos do seu smartphone. É gratuito.
Falta de confiança chega a 27 setores e atinge todos os portes de empresas da indústria, mostra CNI
Apenas farmoquímicos, farmacêuticos e fabricantes de produtos diversos seguem otimistas; juros altos seguem como principal fator para o pessimismo
Índice
A confiança dos empresários da indústria brasileira segue em queda e atinge praticamente todos os setores. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial recuou em 12 dos 29 segmentos analisados, em setembro, fazendo com que o número de setores pessimistas aumentasse de 25, em agosto, para 27 neste mês.
Apenas as empresas farmacêuticas e fabricantes de produtos diversos seguem demonstrando otimismo. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Desde o início do ano, a indústria vem sendo afetada pelos efeitos da taxa de juros elevada que vai reduzindo a demanda em certos setores, sobretudo aqueles setores onde o consumidor tende a parcelar suas compras. Com parcelas mais caras por conta dos juros, a demanda acaba caindo e com a indústria bastante encadeada, indústrias fornecem para outras indústrias, acaba que esse efeito vai se espalhando”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Segundo o especialista, apesar de setembro ter registrado melhora em parte dos segmentos, o quadro geral ainda é de falta de confiança. “Na passagem de setembro para agosto, 16 dos 29 setores mostraram alta da confiança, 12 setores que mostraram queda nessa recuperação e um setor ficou estável. Apesar desses movimentos, agora são apenas dois setores mostrando confiança entre os 29 setores considerados pela indústria. Cada vez mais vemos um número maior de setores sendo afetados pela taxa de juros e percebendo essa perda de ritmo num número bastante elevado, são quase todos os setores”, avalia Azevedo.
O ICEI varia de 0 a 100 pontos: valores abaixo de 50 indicam falta de confiança; acima desse nível, confiança.
ICEI: cenários regionais
O pessimismo ainda domina no Sul, Sudeste e Norte. O índice subiu levemente nessas regiões – 0,8 ponto no Sudeste (45,3 pontos), 0,2 ponto no Sul (43,5 pontos) e permaneceu estável no Norte (47,9 pontos) –, mas todos seguem abaixo da linha divisória.
No Centro-Oeste, houve melhora significativa. O ICEI avançou 3,1 pontos, de 47,7 para 50,8 pontos, fazendo a região retornar ao campo da confiança. O Nordeste também se manteve em território otimista, com alta de 0,7 ponto, chegando a 51,5 pontos.
ICEI: portes de empresa
A falta de confiança é generalizada entre pequenas, médias e grandes indústrias. Em setembro, o ICEI avançou 0,9 ponto entre as médias (46,9 pontos) e 0,6 ponto entre as grandes (47,2 pontos). Já nas pequenas, houve queda de 0,6 ponto, para 45,7 pontos. Todos os portes, no entanto, permanecem abaixo de 50 pontos, indicando pessimismo.
A pesquisa da CNI ouviu 1.768 empresas, entre 1º e 10 de setembro de 2025, sendo 720 de pequeno porte, 626 de médio porte e 442 de grande porte.
Valor Bruto da Produção do Agro atinge R$1,4 trilhão em agosto
Soja, milho, café e cana impulsionam crescimento; Mato Grosso lidera faturamento estadual com R$221 bilhões
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em agosto de 2025 atingiu R$1,406 trilhão em agosto de 2025, alta de 11,3% em relação ao ano anterior. Impulsionado pela soja, cana de açúcar, milho e café, que lideram os valores de produção e concentram grande parte do faturamento (53,8%), segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Mato Grosso se destaca como principal estado produtor, com R$ 221,3 bilhões (15,7%). Na sequência aparecem Minas Gerais (12%), com destaque para café, soja e leite; São Paulo (11,3%), sustentado por cana, café e laranja; e Paraná (11,2%), com predominância de milho, soja e frango.
Entre as lavouras, o avanço foi de 10,8%, para R$ 928,07 bilhões, puxado por amendoim, soja, milho, café, mamona e algodão. Já entre as maiores variações negativas, destacam-se batata-inglesa, laranja, feijão e arroz.
A atividade pecuária cresceu 12,3% e alcançou R$478,08 bilhões, os melhores resultados foram: bovinos (20,5%), frango (4,7%), leite (5,2%), suínos (9,6%) e ovos (14,1%).
O VBP é calculado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa, considerando a produção e os preços de mercado no mês vigente. Portanto, representa o faturamento bruto na propriedade rural.
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