Tarifaço: a dois dias de entrar em vigor, governadores anunciam pacotes próprios para mitigar efeitos e proteger empregos
Créditos de ICMS, linhas de financiamento e articulação com Alckmin estão entre as ações dos estados mais afetados pelas tarifas de 50% dos EUA; Ceará lidera em impacto proporcional e cobra repasse federal
A dois dias da entrada em vigor das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos — marcada para o dia 1º de agosto — os estados mais impactados pela medida adotada pelo presidente norte-americano Donald Trump decidiram agir por conta própria para proteger empresas e empregos locais.
O movimento seria coordenado pelo Fórum Nacional de Governadores, que havia convocado uma reunião extraordinária para esta quarta-feira (30), com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin. No entanto, o encontro foi cancelado, e os governadores seguem articulando individualmente medidas emergenciais e formas de pressionar o governo federal por apoio.
Apesar da suspensão da reunião, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que coordena o Fórum, reforçou a necessidade de articulação conjunta entre os estados.
Ceará: maior impacto proporcional leva governador a cobrar Alckmin
Embora São Paulo lidere em volume absoluto de exportações para os EUA, o Ceará é o estado com maior dependência proporcional: no primeiro semestre, mais da metade das exportações cearenses teve como destino o mercado americano. Os principais produtos atingidos são aço, pescados, cera de carnaúba e castanha de caju.
O governador Elmano de Freitas (PT) esteve nesta terça-feira (29) com o vice-presidente Geraldo Alckmin, acompanhado de uma comitiva empresarial. Após a reunião, ele avaliou positivamente a abertura de diálogo.
“Primeiro, no sentido de intensificar o diálogo e as negociações com o governo americano para que possamos ter efetivamente alíquotas razoáveis na tratativa do Brasil com os Estados Unidos. E termos um grupo de trabalho que envolve o governo do estado, a Federação das Indústrias, a Federação da Agricultura do Ceará, com técnicos do Ministério e do grupo de trabalho.”
Segundo Elmano, a ideia é monitorar os desdobramentos até 1º de agosto e, a partir daí, definir ações emergenciais para apoiar as empresas afetadas.
Entre janeiro e junho deste ano, o Ceará exportou US$ 1,072 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões), conforme dados do ComexStat, plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Exportações por estado para os EUA
São Paulo: linha de crédito de R$ 200 mi e diplomacia econômica
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançou o programa Giro Exportador, com R$ 200 milhões em linha de crédito emergencial via Desenvolve SP. Os empréstimos têm juros a partir de 0,27% ao mês, com 12 meses de carência e prazo total de cinco anos.
O estado também avalia liberar créditos acumulados de ICMS e reforçar o Fundo Garantidor estadual. Na frente diplomática, São Paulo intensifica articulações com a embaixada americana e com governadores de estados dos EUA.
Goiás: uso de três fundos estaduais e foco no agro e mineração
No Centro-Oeste, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou um pacote de medidas que inclui o uso de três fundos estaduais para apoiar setores como agropecuária, mineração e pesca. O estado também utilizará créditos de ICMS como ferramenta de estímulo.
“Tenho que cuidar da sobrevivência das empresas e da economia do meu estado. Goiás saiu na frente”, afirmou Caiado, que também criticou a falta de medidas federais até o momento.
Paraná: pacote de R$ 400 milhões e renegociação de dívidas
No Paraná, os principais setores afetados são madeira, cerâmica e alimentos processados. O governador Ratinho Júnior (PSD) anunciou a liberação de créditos de ICMS, renegociação de dívidas com a Fomento Paraná e o BRDE, além de uma nova linha de crédito com aporte inicial de R$ 80 milhões, podendo chegar a R$ 400 milhões. O governo também estuda flexibilizar exigências fiscais para exportadores com incentivos vigentes.
Rio de Janeiro: grupo técnico e foco em petróleo e siderurgia
O governador Cláudio Castro (PL) criou um grupo de trabalho para diagnosticar os impactos e propor soluções específicas. O Rio é o segundo maior exportador para os EUA, com destaque para petróleo refinado e produtos siderúrgicos.
“Vamos apresentar uma defesa sólida, técnica e política dos interesses do Rio”, afirmou.
Rio Grande do Sul: crédito de R$ 100 milhões com juros subsidiados
No Sul, o governo gaúcho lançou um programa emergencial via BRDE, com R$ 100 milhões em crédito para empresas exportadoras. Os juros serão subsidiados pelo Fundo Impulsiona Sul, com taxas entre 8% e 9% ao ano. O programa prevê prazo de pagamento de 60 meses e 12 meses de carência.
A Fiergs estima que o impacto no PIB estadual pode chegar a R$ 1,92 bilhão, especialmente nos setores de metalurgia, armas, couro e calçados.
Espírito Santo: diagnóstico e proteção aos pequenos
O vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) lidera a resposta local, com foco nos setores de celulose, café, gengibre, rochas ornamentais e mamão. O plano estadual está em construção e será dividido em duas fases: medidas emergenciais e ações de redirecionamento de mercados.
Em Washington, senadores pedem prorrogação das tarifas
Enquanto os estados atuam internamente, uma comitiva de senadores está em missão nos Estados Unidos para tentar adiar a entrada em vigor da tarifa. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou nesta terça-feira (29) que bens que não crescem em solo americano, como café e cacau, podem ser isentos das tarifas — sinal que trouxe esperança a pequenos produtores brasileiros.
No caso do suco de laranja, que destina 41,7% de suas exportações aos EUA, o impacto pode ser de até US$ 792 milhões por ano. A CitrusBR estima um aumento de 456% nos impostos pagos pelo setor na safra 2024/25.
A reunião do Fórum Nacional de Governadores será nesta quarta-feira (30), às 9h, na Vice-Presidência da República, no Palácio do Planalto. O objetivo é formar uma comitiva de governadores para acompanhar o vice-presidente Alckmin nas tratativas diplomáticas em Washington, demonstrando unidade dos entes federativos diante do impacto das tarifas.
Segundo especialistas, o desempenho da moeda foi influenciado por um ambiente de menor percepção de risco após avanços nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.
Índice
O dólar encerrou a última sessão em queda, cotado a R$ 5,31, com recuo de 0,48%. No mesmo horário, o contrato futuro da moeda americana registrava baixa de 0,61%, valendo R$ 5,345. O movimento foi contrário ao índice que mede a força do dólar frente a outras moedas globais, que subiu 0,4%, influenciado pela desvalorização do euro e do iene.
Segundo especialistas, o desempenho da moeda foi influenciado por um ambiente de menor percepção de risco após avanços nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Também contribuíram para o resultado as sinalizações do Banco Central sobre a condução da política monetária, que indicam cautela em possíveis cortes na taxa básica de juros.
Moedas de países exportadores de commodities, como o real, acompanharam a recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional, o que ajudou a fortalecer as divisas emergentes.
Cotação do euro
Já o euro encerrou o último pregão cotado a R$ 6,21.
Cotações
A tabela abaixo mostra as cotações cruzadas entre as principais moedas internacionais e o real. Cada célula indica quanto vale 1 unidade da moeda da linha em relação à moeda da coluna.
Ibovespa recua 0,41% na última sessão com cautela no mercado
No cenário externo, os mercados dos Estados Unidos operaram majoritariamente em alta, com os investidores atentos a fusões e aquisições e à paralisação parcial do governo americano.
Índice
O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou a última sessão recuando 0,41%, aos 143.608,08 pontos. O volume negociado foi de cerca de R$ 16,7 bilhões, sinalizando movimentação moderada.
No cenário externo, os mercados dos Estados Unidos operaram majoritariamente em alta, com os investidores atentos a fusões e aquisições e à paralisação parcial do governo americano. Segundo analistas, o recuo do índice reflete incertezas políticas e fiscais, especialmente com vistas às eleições do próximo ano e à trajetória dos gastos públicos.
Maiores altas e quedas do Ibovespa
Confira as ações com melhor e pior desempenho no último fechamento:
Ações em alta no Ibovespa
Banco do Estado do Rio Grande do Sul SA 6 % Conv Pfd A (BRSR5): +13,65%
Tekno SA Industria e Comercio Pfd (TKNO4): +13,14%
Ações em queda no Ibovespa
PDG Realty SA Empreendimentos e Participacoes (PDGR3): −42,86%
Ambipar Participacoes e Empreendimentos SA (AMBP3): −35,00%
O volume total negociado na B3 foi de R$ 16.715.038.265, em meio a
2.986.143 negócios.
Os dados da bolsa podem ser consultados no site da B3.
O que é o Ibovespa e como ele funciona?
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do mercado acionário brasileiro. Calculado pela B3, ele reflete a média do desempenho das ações mais negociadas na bolsa, com base em critérios de volume e liquidez. O índice é composto por uma carteira teórica de ativos, que representa cerca de 80% do volume financeiro total negociado no mercado.
O que é a B3, a bolsa de valores do Brasil?
A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. É responsável pela negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio e outros ativos financeiros. A B3 está entre as maiores bolsas do mundo em infraestrutura e valor de mercado.
Pé-de-Meia: pagamento para nascidos em novembro e dezembro ocorre nesta segunda-feira (6)
A CAIXA finaliza, nesta segunda-feira, 6 outubro, o pagamento do Incentivo Frequência do Programa Pé-de-Meia para os estudantes nascidos nos meses de novembro e dezembro.
A CAIXA finaliza, nesta segunda-feira, 6 outubro, o pagamento da sexta parcela do Programa Pé-de-Meia para os estudantes nascidos nos meses de novembro e dezembro.
O incentivo será creditado em conta Poupança CAIXA Tem e os valores podem ser movimentados pelo App CAIXA Tem.
Para facilitar ainda mais o dia a dia, é possível solicitar gratuitamente o cartão Pé-de-Meia pelo próprio app CAIXA Tem, permitindo o uso dos recursos em compras e pagamentos.
O Programa Pé-de-Meia apoia a permanência e a conclusão escolar dos estudantes matriculados no Ensino Médio da rede pública.
Para mais informações sobre os pagamentos do Pé-de-Meia, acesse o site da Caixa.
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