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Ministério da Agricultura e Pecuária estuda ampliar recursos para o Seguro Rural

Subvenção do governo a produtores que registraram perdas nas lavouras deveria ser maior diante das dificuldades climáticas enfrentadas no campo, disse ministro Carlos Fávaro

Em meio às perdas projetadas para a safra 2023/2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estuda um novo modelo para o Seguro Rural. Esta semana, em entrevista ao Canal Rural, o ministro Carlos Fávaro destacou que o governo quer aumentar o valor da subvenção, ajudando a baratear o preço das apólices e a aumentar o número de produtores beneficiados.

“Há necessidade de mais, afinal de contas as intempéries climáticas viraram realidade e estão causando bastante danos nas lavouras. As apólices e o custo de produção estão mais caros — e isso requer que o governo esteja participando mais”, disse.

No ano passado, o governo disponibilizou cerca de R$ 1 bilhão para subvencionar o Seguro Rural em todo o país, mas representantes dos produtores pleiteiam um valor entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, pois consideram o montante atual insuficiente. O ministro concorda e diz que é desejo da pasta chegar à cifra, mas que é preciso agir com responsabilidade orçamentária devido às metas fiscais do governo.

Uma das alternativas em análise pelo Mapa, segundo Fávaro, é redirecionar parte dos recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para o Seguro Rural. “O Proagro teve um dispêndio público de R$ 10 bilhões no ano passado. Será que nós não podemos equacionar isso? Ajustar ele para economizar R$ 1 bi, R$ 2 bi e passar esse recurso para o seguro rural e ampliar as coberturas”, sugeriu.

Evandro Grilli, advogado especialista em agronegócio, explica que o custo das apólices para os produtores que buscam segurar a lavoura varia de acordo com o risco climático. “É como um seguro de carro. Se você é motorista jovem, o seguro é mais caro do que para o motorista de 50 anos, que tem um perfil de direção diferente”, compara. “Não é uma ferramenta barata e, em um cenário de instabilidade climática, o custo desse seguro não tem muita perspectiva de baixar”, ressaltou.

Grilli lembra que o seguro é importante para o setor, pois protege os produtores de quebras de safra que possam ocorrer em virtude da falta ou excesso de chuvas, por exemplo. “É um instrumento importante que o mercado tem oferecido e que está começando a ganhar importância no agronegócio brasileiro”.

Por isso, o especialista diz que aguarda com expectativa positiva o aumento dos recursos disponibilizados pelo poder público. “Na medida em que o governo possa aumentar as disponibilidades de subsídios, é muito bem-vindo para o setor. A gente está num momento de ajuste fiscal. E é um desafio grande do ponto de vista do orçamento público encontrar espaços para aumentar essa cifra”, pondera.

Minimizar perdas

Assim como diversos produtores espalhados pelo país, a safra de 2023/2024 não será positiva para Flávio Faedo, produtor de soja, milho e feijão, em Rio Verde, Goiás.

Ele conta que a irregularidade das chuvas prejudicou a colheita da soja e também, em consequência, a do milho — em especial a segunda safra, a “safrinha”. Embora ainda vá colher uma parte da produção, Faedo dá como certa uma perda de cerca de 15% em relação à safra anterior.

O valor obtido com a venda das sacas não será suficiente para cobrir os custos de produção, estima. “Este ano, a margem de lucro é zero. Eu ainda não terminei a colheita, mas provavelmente vai dar um pouco de prejuízo”, lamenta.

O seguro rural, no entanto, evitou que o prejuízo fosse ainda maior. “Eu usei o seguro em uma área não muito grande, mas o seguro tem dois lados. Tem o lado que garante uma parte, pelo menos para empatar, não perde. E o outro que é: os valores estão altos”, diz.

Segundo o ministro do Mapa, Carlos Fávaro, a pasta está usando a tecnologia para cruzar informações meteorológicas e agronômicas de modo a baratear o preço das apólices e facilitar a aquisição dos seguros pelos agricultores.

Renegociação de dívidas

Outro mecanismo que pode aliviar o bolso dos produtores rurais que registraram perdas nas lavouras nos últimos meses é a renegociação de dívidas aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A flexibilização foi pedida pelo governo diante dos problemas climáticos e da queda no preço dos produtos agrícolas, que levaram a prejuízos no campo.

A autorização do CMN permite que as instituições financeiras renegociem até 100% do valor principal das parcelas do crédito que venceram ou irão vencer entre 2 de janeiro e 30 de dezembro de 2024 — e que estavam em dia até 30 de dezembro do ano passado.

Arte: Brasil 61

Os produtores rurais que se enquadram nos critérios têm até 31 de maio para formalizar o pedido de renegociação. “O prazo limite é 31 de maio. Todos aqueles que precisam, façam a repactuação, mesmo que vá vencer lá em setembro, outubro deste ano, você já faz o pedido, porque com isso a gente vai calcular as necessidades de recursos públicos para fazer essa renegociação e isso impacta diretamente no novo Plano Safra, que nós queremos que seja o maior plano safra da história”, afirmou o ministro.

Fonte: Brasil61

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Tratamento para Dependentes Químicos: Conheça os Tipos e Abordagens Utilizadas no Brasil

Tratamento para Dependentes Químicos: Conheça os Tipos e Abordagens Utilizadas no Brasil

O avanço da dependência química no Brasil continua sendo um desafio para autoridades de saúde, famílias e instituições. Com o aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas, cresce também a busca por tratamentos especializados que possam oferecer reais chances de recuperação a dependentes químicos. Mas afinal, quais são os tipos de tratamento disponíveis? E como eles funcionam na prática?

Especialistas afirmam que a dependência química é uma doença crônica, progressiva e com possibilidade de controle. A abordagem terapêutica varia conforme o perfil do paciente, o tipo de substância consumida, o grau de dependência e fatores sociais e psicológicos associados.

Tratamento ambulatorial: alternativa para casos leves e moderados

O tratamento ambulatorial é recomendado para casos em que o paciente ainda mantém parte de sua autonomia e consegue cumprir com rotinas externas. Nessa modalidade, o usuário realiza consultas periódicas com psicólogos, psiquiatras e terapeutas, sem necessidade de internação.

As sessões podem envolver terapias individuais, em grupo ou familiares, além de suporte medicamentoso para controlar sintomas como ansiedade, insônia e compulsão. Segundo especialistas, esse formato tem boa resposta quando o paciente possui uma rede de apoio familiar sólida.

Internação voluntária: acolhimento em ambiente terapêutico

Para quadros mais graves, a internação voluntária é uma das modalidades mais utilizadas. Nesse modelo, o próprio paciente reconhece a necessidade de ajuda e aceita ser acolhido em uma clínica especializada.

Durante o período de internação, que geralmente varia entre 90 e 180 dias, o indivíduo passa por desintoxicação supervisionada, terapias comportamentais, atendimento médico e reintegração social progressiva. O foco é oferecer um ambiente controlado e seguro para que o paciente consiga interromper o ciclo de uso.

Internação involuntária: opção legal e respaldada por laudo médico

A internação involuntária é aquela solicitada por familiares quando o dependente não aceita tratamento, mas apresenta riscos à própria vida ou à de terceiros. Esse tipo de internação é respaldado por lei e exige a emissão de laudo médico que comprove a necessidade da medida.

“Em casos de surto psicótico, tentativas de suicídio ou uso contínuo com risco iminente, a internação involuntária pode ser a única forma de salvar uma vida”, explica a psiquiatra Ana Lúcia Meirelles, especialista em saúde mental e dependência química.

Internação compulsória: decisão judicial em situações extremas

Diferente da internação involuntária, a compulsória é determinada por um juiz, após avaliação técnica e solicitação do Ministério Público ou da família. Trata-se de uma medida excepcional, utilizada quando esgotadas todas as outras alternativas.

Embora controversa, a internação compulsória tem sido usada em grandes centros urbanos para combater o avanço do uso de drogas em espaços públicos e em situações de vulnerabilidade social extrema.

Terapias complementares e espiritualidade como aliados

Além das abordagens tradicionais, muitos centros terapêuticos incorporam atividades complementares, como meditação, arteterapia, musicoterapia e práticas religiosas ou espiritualizadas. Segundo estudos recentes, essas práticas ajudam na recuperação emocional e no reforço da autoestima.

Programas baseados nos 12 passos dos Alcoólicos Anônimos (AA) e Narcóticos Anônimos (NA) também são amplamente utilizados como ferramenta de manutenção da sobriedade.

Importância do apoio familiar e acompanhamento pós-tratamento

Independente do tipo de tratamento escolhido, a participação da família e o suporte contínuo após a alta são determinantes para o sucesso da recuperação. Muitos centros oferecem acompanhamento psicológico a familiares e incentivam visitas regulares durante a internação.

Além disso, a manutenção de atividades ocupacionais, a reintegração ao mercado de trabalho e o suporte psicoterapêutico de longo prazo são fundamentais para evitar recaídas.

Dados do Ministério da Saúde reforçam a importância da assistência

Segundo levantamento mais recente do Ministério da Saúde, o Brasil possui mais de 3 mil unidades que oferecem algum tipo de atendimento a dependentes químicos, entre CAPS AD (Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), comunidades terapêuticas e clínicas particulares. A procura por internações e suporte psicológico aumentou 27% nos últimos três anos.

Para especialistas, a informação e o acesso facilitado aos serviços são os principais aliados na prevenção e no tratamento. A dependência química não escolhe classe social, idade ou região — e, por isso, requer uma resposta ampla e coordenada entre sociedade e poder público.

As clínicas de recuperação Grupo Sobriedade, contam com tratamento especializado em todo Brasil, através de um programa personalizado.

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Mundo

Papa Francisco morre aos 88 anos no Vaticano​

Francisco deverá ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. O conclave para eleger seu sucessor deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após o início da Sede Vacante

Papa Francisco morre aos 88 anos no Vaticano​

O Papa Francisco faleceu, aos 88 anos, na manhã desta segunda-feira (21), no Vaticano, em Roma. O anúncio oficial foi feito pelo camerlengo, cardeal Kevin Joseph Farrell, que destacou a dedicação do pontífice ao serviço da Igreja. “Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, disse Farrell.

No domingo de Páscoa, o Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo.

A saúde do Papa vinha se deteriorando nos últimos anos, com episódios de bronquite e infecções respiratórias. 

Francisco deverá ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. O conclave para eleger seu sucessor deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após o início da Sede Vacante.

As igrejas no Brasil já celebram missas em homenagem ao pontífice. O Santuário Nacional de Aparecida, localizado no município de Aparecida do Norte (SP), vai realizar seis missas nesta segunda. 

O governo brasileiro decretou luto oficial de 7 dias pela morte de Francisco. 

Papa Francisco

Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires em 1936, foi o primeiro papa latino-americano e jesuíta da história. Eleito em 2013, adotou o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, simbolizando seu compromisso com a simplicidade e os pobres. 

Durante seu pontificado, promoveu reformas na Cúria Romana e defendeu causas sociais, como a proteção ambiental e a inclusão de grupos marginalizados.​

Milagre na Amazônia

Em outubro de 2024, durante missa na Praça de São Pedro, Francisco proclamou a canonização do padre italiano José Allamano, fundador da congregação dos Missionários da Consolata, por um milagre que teria ocorrido na Amazônia brasileira.

Segundo a organização Consolata América, o milagre ocorreu em 1996, em Roraima, quando um indígena yanomami foi atacado por uma onça e apresentou um grave ferimento na cabeça. Um grupo de missionários teria invocado José Allamano pedindo a recuperação do rapaz, o que se realizou.

Com informações do Vaticano News, CNBB e Agência Brasil 
 

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Política

São Paulo: homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo

Dados de pesquisa da Nexus também revelam que para a maioria dos paulistanos o prato feito, o famoso “PF”, é o prato que é a cara de São Paulo

São Paulo: homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo

Uma pesquisa que investigou os hábitos alimentares dos paulistas revelou que os homens comem mais fora de casa do que as mulheres. Elas, por outro lado, pedem comida por aplicativo com mais frequência do que os homens em São Paulo. O resultado compõe uma pesquisa inédita denominada “Sabores de São Paulo”, da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.

O levantamento mostrou que 52% dos homens paulistas têm o hábito de almoçar ou jantar fora de casa, enquanto o percentual fica em 42% entre as mulheres. A média geral do estado é de 47%. No que diz respeito a optar pelo delivery, o serviço é mais utilizado por 55% das mulheres e por 48% dos homens.

O diretor de Pesquisa da Nexus, André Jácomo, aponta que o resultado evidencia aspectos sociais, econômicos e também culturais da sociedade, considerando a falta de afinidade dos homens no preparo do alimento, por isso optam por comer em restaurantes. Com relação às mulheres optarem por delivery, Jácomo diz que pode ser pelo acumulo de funções, e pedir por app facilita a rotina desse público.

“Os homens no Brasil, de modo geral, são menos treinados em relação ao preparo da comida, a fazer sua própria comida em casa do que as mulheres, que é uma questão cultural de fato. E o fato das mulheres, em São Paulo, estarem pedindo mais comida por aplicativo, tem a ver com esse conjunto de tarefas que as mulheres acumulam. Casa que acumulam nas suas rotinas em que pedir uma comida por aplicativo acaba sendo uma solução mais rápida para dar conta de uma série de tarefas das suas rotinas”, aponta André Jácomo.

No recorte geográfico do próprio estado de São Paulo, o levantamento também aponta que existem diferenças nos hábitos alimentares entre moradores da capital e do interior. Dessa forma, 54% daqueles que moram na capital costumam comer mais fora, enquanto o percentual fica em 42% entre os moradores do interior. Já na região metropolitana, são 49% os que fazem refeições fora de casa.

 

Ainda sobre delivery, a média geral de São Paulo é de 52% e chega a 75% entre os jovens de 16 a 24 anos. Assim como comer fora de casa, pedir comida por aplicativo também é um hábito comum para 72% de quem ganha mais de cinco salários mínimos e mais frequente entre moradores da região metropolitana (57%) e da capital paulista (55%), do que do interior (48%).

André avalia que a diferença entre os hábitos de quem mora na capital e no interior tem relação com a dinâmica do cotidiano dos trabalhadores da capital paulista.

“Tem muito a ver com a dinâmica da cidade, tem a ver com o fato de que muitas pessoas acabam tendo que comer fora de casa porque comem perto do trabalho, por conta dos deslocamentos, é uma questão que a pesquisa mostra aqui nos seus resultados”, diz.

A frequência de pedidos de comida em casa também foi analisada pelos pesquisadores da Nexus. Os dados revelam, portanto, que cerca de um terço dos paulistas come fora, sendo 35%, e 31% pede comida em casa de duas a três vezes na semana. Os outros 28% dos moradores de SP usam o delivery uma vez por semana e 20% comem na rua nessa mesma frequência. Além disso, apenas 11% dos paulistas comem fora todos os dias e só 2% pedem comida diariamente.

Qual é o prato que é a cara dos paulistas?

O levantamento investigou, ainda, a relação dos paulistas com as comidas típicas da região. Na hora de responder qual o principal prato que é a cara de São Paulo, 32% dos respondentes elegeram o prato feito, o famoso “PF”. A combinação, entretanto, não significa sempre o mesmo prato, mas uma refeição completa e fácil de encontrar tanto em um estabelecimento simples como em um sofisticado. Geralmente, o PF é composto por arroz, feijão, uma proteína, salada e um acompanhamento. Dessa forma, o prato feito foi escolhido na capital por 38%, no interior de São Paulo por 30% e na região metropolitana por 27% dos paulistas como o principal representante do estado.

O arroz birobiro ficou em segundo lugar, sendo a escolha de 11% dos respondentes. Em seguida, virado à paulista e feijoada empataram na terceira colocação, com 10% cada. Com relação à região, o virado à paulista é a 2ª opção mais popular entre os paulistanos, porém ficou em 3º lugar na região metropolitana e no interior. Já o vice-campeão no interior, o arroz birobiro ficou em 4º lugar nas outras regiões.


Fonte: NEXUS

Entre os outros pratos apontados pelos paulistas estão churrasco grego, que ficou em 4º lugar no interior e 5º na região metropolitana, com 7% dos votos, ocupa apenas a 10ª posição entre os moradores da capital. Já quem vive na cidade de São Paulo considera a pizza a 5ª maior representante do estado, escolha de 8% dos moradores. Na região metropolitana, 6%, e no interior, 5%, a pizza ocupa a 7ª posição.

A pesquisa

A Nexus entrevistou 2.027 cidadãos face-a-face, com idade a partir de 16 anos do estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada entre os dias 09 e 12 de março de 2025.

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