Alta do IOF pressiona empresas e acende alerta sobre crédito, consumo e investimentos
Especialistas alertam que o aumento do imposto compromete o acesso ao crédito, impacta a competitividade e gera insegurança jurídica; medida deve pesar mais sobre pequenas e médias empresas
Ainda no centro de uma polêmica entre governo, Congresso e setor produtivo, os decretos que aumentaram o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) seguem em vigor — ao menos por enquanto. Os Decretos nº 12.466 e nº 12.467, publicados em maio de 2025, introduziram mudanças significativas no tributo, afetando operações de crédito, câmbio e previdência privada.
A medida, tomada de forma unilateral e sem diálogo prévio com o Legislativo ou com representantes do setor, surpreendeu o mercado e gerou insegurança. Para a professora Virgínia Pinheiro, mestre em Controladoria e Contabilidade Estratégica e docente da Universidade São Judas Tadeu, a falta de previsibilidade traz incertezas e desestimula o setor produtivo. Segundo ela, o impacto atinge desde os planejamentos operacionais das organizações até operações com cartão de crédito e débito em cooperativas de crédito.
“Uma operação de crédito mais cara desestimula a demanda por capital e, por consequência, também inibe investimentos privados, desestimula o consumo, impactando diretamente nessas operações”, avalia Virgínia.
Impacto na Selic
Na avaliação de analistas da XP Investimentos, os efeitos da elevação do IOF equivalem a um aumento entre 25 e 50 pontos-base na taxa Selic.
A Selic — taxa básica de juros definida pelo Banco Central para controlar a inflação — influencia diretamente o custo dos empréstimos. Quando ela sobe, o crédito encarece, a tomada de recursos diminui e a pressão sobre os preços tende a cair. Na prática, o aumento do IOF produz um efeito semelhante, como explica a professora Virgínia.
“Observando o momento de desaceleração econômica, o IOF traz um impacto de um aumento indireto na taxa Selic. Ou seja, teria impacto relevante no custo das operações de crédito de empréstimo.”
Pequenos negócios mais afetados
A elevação do IOF deve impactar de forma mais intensa as empresas de menor porte, como os microempreendedores individuais (MEIs) e os optantes pelo Simples Nacional. A professora Virgínia destaca que a mudança interfere diretamente em toda a estrutura de crédito:
“Por exemplo, pequenas empresas de cooperativas de crédito agora terão taxação. Assim também como operações de cartão de crédito, de débito, no contexto internacional, também com alterações de aumento da taxa do IOF, portanto resulta-se em impactos significativos.”
Para empresas do Simples Nacional, a alíquota máxima — que inclui a taxa fixa e a adicional — passará de 0,88% para 1,95%, mais que o dobro do valor anterior. Já os MEIs terão um aumento mais moderado: foi fixada para eles uma alíquota menor, de 0,38%, além da menor taxa prevista dentro do regime simplificado.
Outro ponto relevante é a equiparação do risco sacado — modalidade de crédito usada por grandes varejistas com seus fornecedores — às operações regulares de crédito. Antes informal e isenta do tributo, esse tipo de antecipação de recebíveis agora será tributado com IOF, o que pode elevar os custos para pequenos fornecedores envolvidos na cadeia.
Reação do setor privado
O aumento do IOF gerou forte reação do setor privado, que critica a medida e pede sua revisão. O principal receio é o impacto no custo do crédito, que pode inibir investimentos, comprometer a atividade econômica e dificultar o acesso a financiamentos.
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) também se posicionou contra a medida, afirmando que ela prejudica diretamente a sustentabilidade dos pequenos negócios. A entidade defende que, em vez de onerar ainda mais o crédito, o governo avance em reformas estruturais que reduzam o custo Brasil.
Diante da pressão, o Ministério da Fazenda admitiu a possibilidade de revisão e agendou uma reunião com líderes do Congresso para o próximo domingo (8). Enquanto não há uma definição, as alíquotas seguem como foram anunciadas em 22 de maio. Com a medida, o governo espera arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
Café, açúcar e milho registram alta nos preços; café robusta lidera com 1,61% de valorização
Café arábica ultrapassa R$ 1.970 em SP; açúcar sobe na capital e recua em Santos, enquanto milho avança 0,47%
Índice
O preço do café arábica aumentou em 0,35% nesta segunda-feira (23), e a saca de 60 kg está sendo negociada por R$ 1.976,30 na cidade de São Paulo, segundo dados atualizados do mercado.
Já o café robusta também apresentou aumento de 1,61%. A saca de 60 kg do grão está sendo vendida a R$ 1.186,21.
Indicador do café arábica nos últimos 5 dias
Data
Valor (R$)
Variação Diária
Variação Mensal
Valor (US$)
23/06/2025
1.976,30
0,35%
-15,39%
358,94
20/06/2025
1.969,45
-4,49%
-15,68%
356,59
18/06/2025
2.061,95
-3,98%
-11,72%
374,70
17/06/2025
2.147,51
-0,94%
-8,06%
390,38
16/06/2025
2.167,87
-1,36%
-7,19%
394,59
Indicador do café robusta nos últimos 5 dias
Data
Valor (R$)
Variação Diária
Variação Mensal
Valor (US$)
23/06/2025
1.186,21
1,61%
-14,93%
215,44
20/06/2025
1.167,47
-3,44%
-16,28%
211,38
18/06/2025
1.209,04
-6,06%
-13,30%
219,71
17/06/2025
1.287,01
1,02%
-7,70%
233,96
16/06/2025
1.273,96
-0,72%
-8,64%
231,88
Preço do açúcar cristal
O preço do açúcar cristal registrou aumento em São Paulo e queda em Santos nesta segunda-feira (23).
Em São Paulo capital, a saca de 50 kg do açúcar cristal subiu 0,97%, sendo cotada a R$ 124,21.
Em Santos (SP), a cotação média — sem impostos — recuou 0,17%, com o valor da saca em R$ 121,78.
Indicador do açúcar cristal no últimos 5 dias em São Paulo:
Data
Valor (R$)
Variação Diária
Variação Mensal
Valor (US$)
23/06/2025
124,21
0,97%
-7,02%
22,56
20/06/2025
123,02
-1,58%
-7,91%
22,27
18/06/2025
124,99
-1,50%
-6,44%
22,71
17/06/2025
126,89
-1,04%
-5,02%
23,07
16/06/2025
128,22
2,14%
-4,02%
23,34
Indicador do açúcar cristal no últimos 5 dias em Santos:
Data
Valor (R$)
Variação Diária
Variação Mensal
Valor (US$)
23/06/2025
121,78
-0,17%
-8,08%
22,06
20/06/2025
121,99
1,48%
-7,92%
22,20
18/06/2025
120,21
-0,81%
-9,26%
21,90
17/06/2025
121,19
-2,98%
-8,52%
22,13
16/06/2025
124,91
1,53%
-5,71%
22,66
Preço do milho
No estado de São Paulo, a saca de 60 kg do milho está sendo vendida a R$ 68,43, um aumento de 0,47% comparado à última cotação.
Diferença entre café arábica e café robusta: características, uso e regiões produtoras
Café arábica e café robusta são as duas principais variedades cultivadas e comercializadas no Brasil, ambas medidas em sacas de 60 kg.
O café arábica (conhecido também como café Conilon, em algumas regiões) tem sabor mais suave, menor teor de cafeína e alta qualidade sensorial, sendo preferido em cafeterias especializadas e nas exportações de cafés premium. Representa cerca de 70% da produção brasileira, com destaque para estados como Minas Gerais e São Paulo.
O café robusta, por sua vez, possui sabor mais amargo, maior concentração de cafeína e corpo mais intenso. É amplamente utilizado na produção de café solúvel e blends comerciais. Seus principais polos produtores são o Espírito Santo e Rondônia, e seu preço costuma ser mais baixo em comparação ao arábica, por conta do perfil mais industrial.
Como é calculada a saca de açúcar cristal?
A saca de açúcar cristal no Brasil é padronizada em 50 quilos, especialmente para comercialização no mercado atacadista e para uso na indústria alimentícia. Essa unidade de medida é adotada pelo Cepea/Esalq-USP, principal fonte de cotações diárias do açúcar cristal no país.
Qual o peso da saca de milho no Brasil?
A saca de milho equivale a 60 kg de grãos, mesmo padrão utilizado para soja e trigo. Essa medida é oficializada por instituições como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Ministério da Agricultura (MAPA) e o Cepea, sendo amplamente usada em negociações e relatórios de preço do milho.
Soja e trigo registram oscilações nos preços no Paraná e Rio Grande do Sul
Saca de soja sobe no interior e litoral paranaense; tonelada do trigo apresenta queda em dois estados do Sul, segundo dados do Cepea
Índice
O preço da soja nesta segunda-feira (23), apresenta aumento entre o interior e o litoral do Paraná, de acordo com dados atualizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
No interior do Paraná, a cotação da soja teve alta de 0,31% e a saca de 60 kg é negociada a R$ 135,48.
Em Paranaguá, no litoral paranaense, aumentou em 0,30%, sendo vendida a R$130,47 a saca.
Preço da soja nos últimos 5 dias em Paranaguá
Data
Valor (R$)
Variação Diária
Variação Mensal
Valor (US$)
23/06/2025
135,48
0,31%
0,68%
24,61
20/06/2025
135,06
0,27%
0,37%
24,45
18/06/2025
134,70
-0,21%
0,10%
24,48
17/06/2025
134,98
0,38%
0,31%
24,54
16/06/2025
134,47
0,31%
-0,07%
24,48
Preço da soja nos últimos 5 dias no Paraná
Data
Valor (R$)
Variação Diária
Variação Mensal
Valor (US$)
23/06/2025
130,47
0,30%
1,33%
23,70
20/06/2025
130,08
0,56%
1,03%
23,55
18/06/2025
129,35
-0,12%
0,46%
23,51
17/06/2025
129,51
-0,07%
0,58%
23,54
16/06/2025
129,60
0,36%
0,65%
23,59
Trigo
A cotação do trigo também apresentou oscilações nesta segunda-feira (23), segundo dados atualizados do mercado. No Paraná, o preço do trigo teve queda de 0,42%, com a tonelada sendo negociada a R$ 1.495,33. O mesmo ocorreu no Rio Grande do Sul, o valor do grão caiu em 0,19% e a tonelada do trigo passou a ser cotada a R$ 1.349,46.
Preço médio do trigo nos últimos 5 dias no Paraná:
Data
Valor (R$/t)
Variação Diária
Variação Mensal
Valor (US$/t)
23/06/2025
1.495,33
-0,42%
-2,40%
271,58
20/06/2025
1.501,68
-0,11%
-1,99%
271,90
18/06/2025
1.503,35
-1,44%
-1,88%
273,19
17/06/2025
1.525,26
1,21%
-0,45%
277,27
16/06/2025
1.506,96
0,10%
-1,64%
274,29
Preço médio do trigo nos últimos 5 dias no Rio Grande do Sul:
O que é uma saca de soja ou de trigo? Entenda a unidade de medida no mercado de grãos
A saca de soja e a saca de trigo são as principais unidades de comercialização de grãos no Brasil. Cada saca equivale a 60 quilos, padrão adotado por órgãos oficiais como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Ministério da Agricultura (MAPA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Esse formato padronizado facilita o comércio da soja e do trigo, além de permitir um acompanhamento mais preciso das cotações e variações de preços no mercado nacional.
Ibovespa fecha em queda de 0,41% após tensão geopolítica entre EUA e Irã
Ataques dos EUA impactam mercado; Americanas lidera altas e Santanense despenca quase 47% no pregão desta segunda-feira
Índice
O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou a última sessão com recuo de 0,41%, passando para 136.550 pontos. A queda é influenciada pelos recentes ataques dos Estados Unidos a bases iranianas no Oriente Médio.
Maiores altas e quedas do Ibovespa
Confira as ações com melhor e pior desempenho no último pregão:
Ações em alta no Ibovespa
Americanas (AMER3): +14,07%
Trevisa (LUXM4): +5,91%
Ações em queda no Ibovespa
Santanense (CTSA3): -46,75
Cemepe (MAPT4): -18,73%
Volume negociado na B3 hoje
O volume financeiro total negociado na B3 nesta sessão foi de R$ 20,6 bilhões.
O Ibovespa é o principal termômetro do mercado acionário brasileiro, calculado pela B3 com base em uma carteira teórica que reúne os papéis mais negociados da bolsa. Essa composição considera critérios de volume e liquidez, englobando aproximadamente 80% de todo o movimento financeiro diário negociado no mercado à vista.
O que é a B3, a bolsa de valores do Brasil?
A B3 – Brasil, Bolsa, Balcão é a principal bolsa de valores do Brasil, com sede em São Paulo. Ela atua como plataforma oficial para a negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio, entre outros ativos.
Como uma das maiores bolsas globais em termos de infraestrutura e valor de mercado, a B3 oferece serviços de recuperação completos que vão desde a negociação até o pós-negociação, registro, custódia e infraestrutura tecnológica robusta.
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