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Economia

Mais da metade dos brasileiros das classes ABC estão preocupados com futuro financeiro

Pesquisa da Nexus também mostra que 48% dos entrevistados apontam que até conseguem pagar as contas, mas dinheiro não sobra; já 51% têm dívidas com cartão de crédito

Mais da metade dos brasileiros das classes ABC estão preocupados com futuro financeiro

A relação dos brasileiros com dinheiro foi investigada por um estudo da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados. Os dados mostram que 63% dos brasileiros das classes A, B e C estão preocupados com dinheiro para o futuro. Do total, 48% dos entrevistados apontam que até conseguem pagar as contas, porém os recursos não sobram no final do mês.

Em relação ao gerenciamento do dinheiro, 30% disseram que conseguem gerenciar bem e ainda sobra. Já 11% precisam pedir ajuda ou empréstimos para pagar as contas. Outros 5% deixam uma ou mais contas para o mês seguinte e 6% não quiseram ou não souberam responder.

Pelo estudo, o percentual de brasileiros que pagam as contas, mas não conseguem guardar dinheiro, é maior entre os mais jovens – chega a 55%. Os moradores do Sudeste representam, ainda, 53% desse público e quem estudou até o ensino médio 51%. Entre moradores do Nordeste ou quem estudou até o ensino médio, 7% responderam que precisam deixar as contas para o mês seguinte por falta de recursos para efetuar os pagamentos.

Cartão de crédito

A pesquisa sobre o endividamento no Brasil aponta que o cartão de crédito é o principal vilão – ocupando o lugar de dívida mais comum para 51% da população. É o caso do profissional de soluções de segurança cibernética, William Freire de Souza, 37 anos, morador de Ceilândia (DF). Na faixa etária dele, 66% dos respondentes têm dívidas nesse formato.

William conta que, há alguns anos, vive num ciclo onde o salário não acompanha o custo de vida com os imprevistos do cotidiano – com gastos com o carro, por exemplo. Ele relata que recorre ao cartão de crédito para complementar, porém vive nessa situação de decadência do cartão há anos.

Segundo William, o salário acaba não suprindo todas as necessidades da sua família – cenário que o leva a aumentar cada dia a dívida com o crédito.

“Você vai comprando coisas parceladas e fica com seu crédito comprometido, com seu salário comprometido e quando percebe, já usa todo o seu salário para pagar fatura e outras despesas fixas e só lhe resta o cartão de crédito para se manter durante o mês e vai acumulando mais e mais dívida cada mês que passa”, diz.

Apesar de definir a sua situação com o cartão de crédito como “uma bola de neve”, William ressalta que tem buscado melhorar a sua questão financeira. “Estou tentando reorganizar minha vida financeira para poder gerenciar esses gastos”, afirma o profissional.

Além do cartão de crédito, outros tipos de dívidas também têm um peso significativo na vida dos entrevistados, conforme a pesquisa, como os empréstimos pessoais (28%) e o financiamento de veículos ou imóveis (17%).

Futuro financeiro 

Em relação à parcela da população preocupada com o futuro financeiro, 35% se dizem muito preocupados e apenas 2% afirmaram não ter nenhuma preocupação em relação ao futuro financeiro.

William destaca os impactos que sofre a partir da dependência do cartão de crédito e do acúmulo de dívidas, como a dificuldade de fazer planos para o futuro:

“O impacto que isso tem, ou a consequência, do acúmulo de dívidas de cartão de crédito, é que não sobra dinheiro para planejar o financiamento de um imóvel, troca de um veículo, fazer uma viagem, investir em algum tipo de aperfeiçoamento, porque você está sempre comprometido, nunca tem salário sobrando. Então, fica difícil fazer planos para o futuro.”

O futuro financeiro demonstra ser uma preocupação maior dos jovens entre 16 a 24 anos. Cerca de 84% se disseram preocupados (27%) ou muito preocupados (57%) com dinheiro.

Em relação à renda, os brasileiros das classes A dividem a maior preocupação com o futuro financeiro com quem é da Classe B: 80% dos mais ricos afirmam estar preocupados ou muito preocupados com o futuro financeiro. Entre quem é da classe B, o percentual atinge 79%.

Ligada ao futuro financeiro, a aposentadoria também é uma grande preocupação para 33% dos brasileiros das classes A, B e C. Outros 24% se disseram apenas preocupados, somando 57%. 

Recorte regional

Na região Nordeste, 58% dos brasileiros têm dívidas com cartão de  crédito. No Sudeste e Sul do país o percentual chegou a 54%. Já Norte e Centro-Oeste registrara, 33% das respostas.

Em relação ao futuro incerto, enquanto o percentual nacional é de 63%, apenas as regiões Sudeste e Sul apresentaram entrevistados preocupados ou muito preocupados acima do percentual nacional –  69% e 68%, respectivamente. Norte e Centro-Oeste somaram 53% e Nordeste 56% dos entrevistados.

Quanto à incerteza futura, 57% demonstram receio ao pensar na aposentadoria. Novamente, apenas as regiões Sudeste e Sul apresentaram entrevistados preocupados ou muito preocupados – sendo 61%. Norte e Centro-Oeste, 41% e Nordeste 57%.

No cenário em que está apertado, considerando que consegue pagar todas as contas, mas não sobra nada – 53% dos entrevistados são do Sudeste e 50% do Sul. O percentual cai para 40% nas regiões Norte e Centro-Oeste e para 43% no Nordeste.

Metolologia

Para realizar  o estudo, a Nexus entrevistou 1.010 cidadãos com idade a partir de 16 anos, das classes A, B e C, nas 27 Unidades da Federação (UFs). As entrevistas foram realizadas de forma online entre 08 e 09 de agosto de 2025. 

A margem de erro no total da amostra é de 3 p.p, com intervalo de confiança de 95%. 

A pesquisa considerou as classes A, B e C, segundo o Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep). De acordo com a instituição, no total, essas classes representam cerca de 120 milhões de brasileiros.

Confira a renda média de cada classe conforme a Abep:

  • A – R$ 26.811,68
  • B1 – R$ 12.683,34
  • B2 – R$ 7.017,64
  • C1 – R$ 3.980,38
  • C2 – R$ 2.403,04

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Economia

Senado aprova isenção de IR para renda até R$ 5 mil; veja o que muda

Proposta aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos amplia isenção do Imposto de Renda, cria programa de parcelamento de dívidas para baixa renda e estabelece alíquota mínima para rendas acima de R$ 600 mil anuais

Senado aprova isenção de IR para renda até R$ 5 mil; veja o que muda

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta quarta-feira (24) um projeto que altera de forma significativa a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Pelo texto, a partir de 2026, ficam isentos de IR os contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil. Atualmente, o limite é de R$ 3.036, equivalente a dois salários mínimos.

O projeto também estabelece um desconto decrescente para quem ganha entre R$ 5.001 e R$ 7.350, o que deve beneficiar a classe média. Segundo estimativas do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), milhões de contribuintes serão contemplados.

Para Renan, a proposta tem caráter distributivo e pode funcionar como um reforço de renda para as famílias mais pobres. “Esse projeto é fundamental: beneficia 10 milhões de contribuintes, especialmente 95% das regiões mais pobres do Brasil. Em outras palavras, equivale a um 14º salário e vai, sobretudo, garantir uma elevação da renda das pessoas mais pobres”, afirmou.

O senador também destacou que a tramitação do texto ocorre de forma atípica, com resistência de setores que seriam mais impactados. “A tramitação do projeto que o governo encaminhou à Câmara dos Deputados está ocorrendo de forma atípica, com a blindagem de setores que deveriam contribuir mais, por meio da elevação de alíquotas e da taxação de remessas ao exterior. Nós estamos incluindo também um financiamento para as pessoas que recebem até R$ 7.350, com isenção total para quem ganha até R$ 5 mil — tudo com a supervisão da Receita Federal”, explicou.

Pert-Baixa Renda

O substitutivo também cria o Programa de Regularização Tributária para Pessoas Físicas de Baixa Renda (Pert-Baixa Renda), que permite o parcelamento de dívidas de contribuintes com renda de até R$ 7.350 mensais. O benefício será integral para quem recebe até R$ 5 mil e parcial, com descontos graduais, para a faixa até R$ 7.350.

A adesão poderá ser feita a partir de 90 dias da publicação da lei, abrangendo débitos tributários e não tributários, inclusive em disputa administrativa ou judicial. O valor mínimo das parcelas será de R$ 200, e o contribuinte poderá ser excluído em caso de inadimplência ou fraude.

Tributação mínima para altas rendas

Além da ampliação da faixa de isenção, o texto cria o Imposto de Renda da Pessoa Física Mínimo, que será aplicado a partir de 2026 sobre rendas anuais acima de R$ 600 mil. As alíquotas vão variar de 0% a 10%, chegando ao teto para rendimentos superiores a R$ 1,2 milhão por ano.

De acordo com Renan, essa medida corrige distorções do sistema atual. “A instituição da tributação mínima sobre altas rendas (IRPFM) corrige distorções do sistema atual, em que indivíduos com grande capacidade econômica acabam, em determinadas circunstâncias, pagando menos imposto proporcionalmente do que contribuintes de classe média”, explicou.

Lucros e dividendos

O projeto mantém a isenção para lucros e dividendos recebidos por pessoas físicas residentes no Brasil até o limite de R$ 50 mil por mês. Valores acima desse teto terão retenção de 10% na fonte, inclusive para remessas ao exterior.

Para o advogado tributarista Marco Antônio Ruzene, a medida beneficia um número significativo de contribuintes, mas também representa que o governo abre mão de parte de suas receitas tributárias, compensadas pela criação da tributação sobre os dividendos.

“No meu atendimento o assunto, principalmente relacionado aos dividendos, merecia uma discussão mais ampla, aliás, amplitude que deveria alcançar o imposto de renda numa forma geral, porque nós tivemos em 2003 uma ampla discussão sobre a reforma tributária sobre o consumo e o próximo passo seria a discussão sobre o imposto de renda, e no meu entendimento o caminho deveria ser no mesmo sentido, pensar numa emenda constitucional e fazer uma reforma realmente duradoura e impactante no setor”, afirmou Ruzene.

Compensação a estados e municípios

Uma emenda apresentada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e incorporada ao relatório garante compensação da União a estados, municípios e ao Distrito Federal para eventuais perdas de arrecadação com o novo modelo. O ressarcimento será anual, calculado pela diferença entre a arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de cada ano e a de 2025.

O texto prevê um escalonamento da compensação até 2035: 100% entre 2026 e 2029, 80% em 2030 e 2031, 60% em 2032 e 2033, 40% em 2034 e 20% em 2035.
 

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Economia

Soja e trigo hoje: confira as cotações para quinta-feira (25)

A soja apresenta baixa no Paraná e em Paranaguá; o trigo, por sua vez, aponta desvalorização no Rio Grande do Sul e no Paraná

O valor da saca de 60 kg da soja abre esta quinta-feira (25) em queda tanto no interior do Paraná quanto no litoral do estado, em Paranaguá. 

Na primeira região, o grão teve baixa de 0,81% e é negociado a R$ 128,08; na segunda, o reajuste foi de 1,40%, com a mercadoria cotada a R$ 133,67.

INDICADOR DA SOJA CEPEA/ESALQ – PARANÁ

Data Valor R$* Var./Dia Var./Mês Valor US$*
24/09/2025 128,08 -0,81% -4,60% 24,04
23/09/2025 129,13 -2,29% -3,81% 24,43
22/09/2025 132,16 -1,14% -1,56% 24,76
19/09/2025 133,69 -0,37% -0,42% 25,13
18/09/2025 134,18 -0,22% -0,05% 25,27

INDICADOR DA SOJA CEPEA/ESALQ – PARANAGUÁ

Data Valor R$* Var./Dia Var./Mês Valor US$*
24/09/2025 133,67 -1,40% -4,22% 25,09
23/09/2025 135,57 -1,17% -2,86% 25,65
22/09/2025 137,17 -1,55% -1,71% 25,70
19/09/2025 139,33 -0,34% -0,16% 26,19
18/09/2025 139,81 -0,34% 0,18% 26,33

Trigo

O preço do trigo, por sua vez, registra desvalorização de 0,50% no Paraná e de 0,28% no Rio Grande do Sul. No primeiro estado, a tonelada é vendida a R$ 1.269,40, enquanto no segundo é comercializada a R$ 1.238,19.

PREÇO MÉDIO DO TRIGO CEPEA/ESALQ – PARANÁ

Data Valor R$/t* Var./Dia Var./Mês Valor US$/t*
24/09/2025 1.269,40 -0,50% -9,86% 238,30
23/09/2025 1.275,84 -0,69% -9,41% 241,41
22/09/2025 1.284,76 -0,94% -8,77% 240,73
19/09/2025 1.296,89 -3,18% -7,91% 243,78
18/09/2025 1.339,47 -1,41% -4,89% 252,26

PREÇO MÉDIO DO TRIGO CEPEA/ESALQ – RIO GRANDE DO SUL

Data Valor R$/t* Var./Dia Var./Mês Valor US$/t*
24/09/2025 1.238,19 -0,28% -3,56% 232,44
23/09/2025 1.241,72 -0,79% -3,28% 234,95
22/09/2025 1.251,62 -0,41% -2,51% 234,52
19/09/2025 1.256,83 -0,28% -2,11% 236,25
18/09/2025 1.260,31 -0,05% -1,84% 237,35

Os valores são do Cepea.

O que é uma saca de soja ou de trigo? Entenda a unidade de medida no mercado de grãos

A saca de soja e a saca de trigo são as principais unidades de comercialização de grãos no Brasil. Cada saca equivale a 60 quilos, padrão adotado por órgãos oficiais como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Ministério da Agricultura (MAPA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Esse formato padronizado facilita o comércio da soja e do trigo, além de permitir um acompanhamento mais preciso das cotações e variações de preços no mercado nacional.

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Economia

Ibovespa sobe 0,05% no último pregão e atinge 146.492 pontos

Na máxima do dia, o índice atingiu quase 147 mil pontos

Ibovespa sobe 0,05% no último pregão e atinge 146.492 pontos

O índice da bolsa de valores brasileira (Ibovespa) fechou a última sessão aos 146.492 pontos, com alta de 0,05%, renovando a máxima histórica pela oitava vez em setembro.

O principal fator por trás dessa alta foi o comportamento do investidor internacional, que enfrentou leves quedas nos Estados Unidos devido a preocupações com investimentos em inteligência artificial. Sem grandes impulsos locais, o mercado brasileiro seguiu a tendência global.

Maiores altas e quedas do Ibovespa

Confira as ações com melhor e pior desempenho no último fechamento:

Ações em alta no Ibovespa

  • Mercantil Financeira SA – Credito, Financiamento e Investimento Non-Cum Perp Pfd Registered Shs (MERC4): +29,47%
  • Oncoclinicas do Brasil Servicos Medicos SA (ONCO3): +7,72%

Ações em queda no Ibovespa

  • Ambipar Participacoes e Empreendimentos SA (AMBP3): −18,52%
  • Cia Tecidos Santanense SA (CTSA3): −13,49%

O volume total negociado na B3 foi de R$ 18.893.477.520, em meio a 
2.829.192 negócios.

Os dados da bolsa podem ser consultados no site da B3.

O que é o Ibovespa e como ele funciona?

O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do mercado acionário brasileiro. Calculado pela B3, ele reflete a média do desempenho das ações mais negociadas na bolsa, com base em critérios de volume e liquidez. O índice é composto por uma carteira teórica de ativos, que representa cerca de 80% do volume financeiro total negociado no mercado.

O que é a B3, a bolsa de valores do Brasil?

A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. É responsável pela negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio e outros ativos financeiros. A B3 está entre as maiores bolsas do mundo em infraestrutura e valor de mercado.  
 

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